Em 23 anos, 53 mil foram resgatados da escravidão

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Desde 1995, quando o governo brasileiro admitiu a existência de trabalho escravo no país e foi iniciada a implementação da política de combate, mais de 53 mil trabalhadores foram resgatados dessa condição e mais de R$ 102 milhões recebidos a título de verbas salariais e rescisórias durante as operações.
Foram fiscalizados 47,2 mil estabelecimentos. Em 2007, ocorreu o resgate do maior número de trabalhadores: 6.031. A quantidade veio caindo até 2017, mas voltou a subir em 2018, quando a fiscalização encontrou 1.723 pessoas trabalhando em condições análogas às de escravo, das quais 1.113 foram resgatadas.
Entre as 15 atividades que mais registraram trabalho escravo no Brasil desde 1995, apenas duas – extração de areia e mineração – não estão ligadas aos setores agrícola e florestal. Criação de bovi-nos está à frente da lista de condições similares à escravidão.
Em 92% dos casos flagrados no ano passado pela Inspeção do Trabalho, havia também informalidade. “A informalidade está inserida como um forte componente inicial de exploração de trabalho análogo à escravidão, sendo desde o início negados os direitos trabalhistas mais básicos, o que culmina em um conjunto de irregularidades que atingem a saúde e a segurança do trabalhador e fere também sua dignidade”, relata o chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), Maurício Krepsky Fagundes.
Quase metade dos trabalhadores maiores de 18 anos resgatados pelas equipes de fiscalização nunca teve emprego formal. Os dados demonstram que 45% dos trabalhadores maiores de 18 anos resgatados pelas equipes de fiscalização nunca possuíram um emprego formal antes da data do resgate.
O perfil do trabalhador resgatado revela que 87% eram homens; 22% deles tinham apenas até o 5º ano do ensino fundamental; 18% possuíam ensino fundamental completo; e 11% eram analfabetos. Quanto à origem, 48% residiam no Nordeste, 28% do Sudeste, 13% do Norte, 10% do Centro-Oeste e 1% da região Sul.
Sete em cada dez dos resgatados eram solteiros; 72% se declararam pardos, 14%, negros, 12%, brancos, 1%, indígenas, e menos de 1%, de origem asiática.
 

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