A Pesquisa Secovi-SP (Sindicato da Habitação) do Mercado Imobiliário (PMI), realizada pelo departamento de Economia e Estatística da entidade junto às incorporadoras associadas, apurou em abril a comercialização de 9.315 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo. Com o resultado, as vendas totalizaram 110,1 mil unidades no acumulado de 12 meses (maio de 2024 a abril de 2025).
O valor global de vendas (VGV) em abril atingiu R$ 4,7 bilhões – valores deflacionados pelo Índice Nacional de Custo de Construção (INCC-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), referente ao mês de abril de 2025. No acumulado de 12 meses, o VGV na capital paulista totalizou R$ 56,0 bilhões – valores deflacionados pelo INCC-DI referente a abril de 2025.
O indicador de vendas sobre oferta (VSO), que apura a porcentagem de vendas em relação ao total de unidades ofertadas, foi de 13,1% no quarto mês do ano e atingiu 62,9% em 12 meses.
De acordo com a pesquisa Secovi-SP, a cidade de São Paulo registrou o lançamento de 7.978 unidades residenciais novas em abril, acumulando 119,8 mil unidades em 12 meses.
O mercado imobiliário encerrou abril de 2025 com a oferta de 61,7 mil unidades disponíveis para venda. Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (maio de 2022 a abril de 2025).
E em abril deste ano, o valor global da oferta (VGO) totalizou R$ 44,4 bilhões – valores deflacionados pelo INCC-DI de abril de 2025.
Os imóveis de dois dormitórios destacaram-se no mês de abril em todos os indicadores: 62% das unidades lançadas (4.964 unidades), 66% das vendas (6.159 unidades), 61% da oferta (37.285 unidades), 48% do VGV (R$ 2.238,8 milhões), 35% do VGO (R$ 15,4 bilhões) e o maior VSO (14,2%).
Imóveis na faixa de 30 m² e 45 m² de área útil lideraram em quase todos os indicadores: 57% dos lançamentos (4.537 unidades), 62% das vendas (5.781 unidades), 53% da oferta (32.887 unidades), 38% do VGV (R$ 1.798,9 milhões) e o maior VSO (15,0%). O maior VGO, com 26% do total (R$ 11,4 bilhões), ficou com a faixa de área útil acima de 180 m².
Imóveis com valor até R$ 264 mil apresentaram o maior volume de vendas, com 32% (2.956 unidades), e de oferta final, com 28% (17.504 unidades). As unidades com preço entre R$ 350 mil e R$ 750 mil lideram em lançamentos, com 35% (2.778 unidades), registraram o maior VSO (14,6%) e o maior VGV, com 25% (R$ 1.166,6 milhões). Apartamentos com valores acima de R$ 2,1 milhões tiveram o maior VGO, com 42% (R$ 18,4 bilhões).
A partir de julho de 2023, foi atualizada a faixa de preços dos imóveis do Minha Casa, Minha Vida, alterando o limite de R$ 264 mil para R$ 350 mil na cidade de São Paulo. Para segmentar os imóveis econômicos, o Secovi-SP elegeu as faixas de preço enquadradas nos parâmetros do programa.
Em abril, 48% dos lançamentos (3.863 unidades) e 57% das vendas (5.330 unidades) foram do segmento econômico (Minha Casa, Minha Vida). A oferta disponível para a venda deste tipo de imóvel somou 31.878 unidades (52%), com VSO de 14,3%.
Os outros mercados registraram 4.115 unidades lançadas, 3.985 unidades vendidas, oferta final de 29.788 unidades e VSO de 11,8%.
A Zona Leste da cidade respondeu por 35% (2.781 unidades) dos lançamentos em abril. Já a Zona Sul liderou em vendas, com 32% (2.943 unidades), e oferta final, com 32% (19.591 unidades). A Zona Oeste liderou com VGV de 33% (R$ 1.560,7 milhões), maior VGO, com 37% (R$ 16,5 bilhões) e maior VSO (14,9%).
Já o mais recente relatório do Índice Fipe Zap, divulgado no início deste mês, revela que imóveis residenciais com um dormitório continuam a liderar a valorização no mercado imobiliário brasileiro, com aumento de 8,89% na valorização nos últimos 12 meses. Em maio de 2025, essas unidades apresentaram o maior preço médio de venda de R$ 11.176 por metro quadrado e superaram os imóveis de dois dormitórios, por exemplo, que registraram R$ 8.353/ m².
Charles Kan, diretor da Construtora CK, atribui esse desempenho à crescente demanda por moradias compactas.
“O perfil das famílias brasileiras está mudando e isso tem impactado diretamente no tamanho das moradias. O Censo de 2022 do IBGE apontou um menor número de pessoas por domicílio e uma taxa de fecundidade de 1,57 por mulher. Ou seja, com famílias menores e cada vez mais pessoas morando sozinhas, os imóveis compactos se tornaram os favoritos do momento e registram alta procura”, afirma Kan.
Segundo ele, esse cenário também elevou as taxas de valorização dos imóveis compactos, especialmente o modelo studio, e atraiu outro público: os investidores interessados em imóveis para locação. Conforme o Índice Fipe Zap, o aluguel residencial acumulou uma valorização de 12,77% nos últimos 12 meses. No litoral catarinense, onde a economia é voltada para o turismo, a locação de imóveis possui alta rentabilidade – a região é considerada, inclusive, uma das melhores para se investir em aluguel do tipo short stay (curta duração), de acordo com a plataforma MySide.
“O studio acabou se tornando uma tendência por se tratar de um imóvel que se adaptou às necessidades do consumidor, que busca cada vez mais facilidades e serviços agregados. Isso fez com que os investidores migrassem de imóveis com 150 m² ou 200 m² para os compactos de 30 m² a 50 m². Nestes apartamentos, eles conseguem maior rentabilidade do investimento e baixo custo de manutenção, além de também poder desfrutar da nossa região, que é uma das mais desejadas de SC”, explica Kan.
Para o especialista, outros atributos que fazem os studios serem tão desejados atualmente são a localização estratégica e a liquidez.
“Esses imóveis geralmente ficam em regiões centrais, próximas à praia ou a grandes centros urbanos, o que aumenta sua atratividade para os investidores. Além disso, unidades menores tendem a ser mais fáceis de alugar ou revender”, comenta.
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