O novo embaixador da Jordânia em Brasília, Maen Masadeh, está em São Paulo e visitou a sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira nesta terça-feira. Masadeh assumiu o posto em setembro do ano passado e esta é sua primeira viagem à capital paulista, onde cumpre agenda de reuniões com empresas e associações nos próximos dias. Na Câmara Árabe, Masadeh discutiu sobre formas de cooperação e diversificação da pauta comercial.
Ele foi recebido pelo embaixador Osmar Chohfi, presidente da entidade, pelo vice-presidente, Mohamed Mourad, o diretor do Conselho, Mohamed Abdouni e a gerente de Relações Institucionais, Fernanda Baltazar. Participou remotamente da reunião a diretora de Marketing e Conteúdo da Câmara Árabe, Silvana Gomes.
O presidente Chohfi falou sobre como a pandemia evidenciou a necessidade de inovar e digitalizar os processos da câmara de comércio. Silvana Gomes e Fernanda Baltazar apresentaram o Ellos Blockchain, a plataforma digital da Câmara Árabe criada para facilitar os negócios. O comércio entre o Brasil e a Jordânia já é certificado pelo sistema de blockchain da entidade, que conta com diversos serviços.
O Brasil exportou US$ 293,52 milhões a Jordânia em 2021, principalmente em produtos como carne de frango, carne bovina, milho e café. O crescimento foi de 20,6% em relação a 2020. Na outra mão, o País comprou US$ 130,52 milhões em produtos da Jordânia no ano passado, uma alta de 140,4%. Os principais produtos foram fertilizantes, potássio, cebola e alho.
Sobre o comércio entre os países, Masadeh afirmou que está feliz com o crescimento, mas que é importante diversificar a pauta.
“Temos potencial e queremos trazer nossos produtos para o Brasil, para o benefício mútuo. Ambos os países podem ser compradores e vendedores”, declarou.
Segurança alimentar é um tópico que tem sido muito discutido na Jordânia, segundo o embaixador.
“O Brasil é um país que pode ajudar a nossa região, segurança alimentar não é só venda de produtos ou ingredientes, é tecnologia e know-how e uma ideia é termos uma parceria nesse sentido”, sugeriu o embaixador.
Ele ainda mencionou que o Porto de Aqaba é uma importante porta de entrada para o mercado iraquiano.
“Além de sermos vizinhos, temos história juntos. Há 100 mil iraquianos na Jordânia, e muitos são empresários. A maioria chegou em 2003 e ficou, pela estabilidade”, explicou. Segundo o embaixador, o percurso de caminhão de Aqaba até Bagdá, capital do Iraque, é de cerca de 12 horas, e há frotas de caminhões dos dois lados da fronteira.
Masadeh reforçou sua intenção de trabalhar em conjunto com a embaixada do Brasil em Amã e com as câmaras de comércio e demais entidades interessadas para atingir um objetivo comum, o de impulsionar e diversificar o comércio entre os países.
O diplomata assumiu seu primeiro posto como embaixador aqui, na capital brasileira. Maen Masadeh iniciou a carreira em 1996 e atuou no Catar, Sudão, Malásia e Romênia, como cônsul ou vice-embaixador. Ele também foi diretor do departamento de América Latina e América Central no Ministério de Relações Exteriores da Jordânia.
Após três meses trabalhando em Brasília, ele veio conhecer a capital paulista. “Me considero sortudo por estar aqui. O Brasil é um grande país com muitas oportunidades. Meu principal objetivo como embaixador é promover as relações políticas, econômicas, sociais e culturais entre os países. Estamos no caminho certo e devemos continuar trabalhando, temos muitos potenciais e com o apoio de nossos governantes podemos aumentar e diversificar as relações comerciais”, disse.
Com informações da Agência de Notícias Brasil-Árabe
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