Embarques para os EUA desabam em abril

Comércio mundial em contêineres caiu quase pela metade na 1ª semana de abril; embarques da China para EUA diminuíram 64%

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Guindaste carrega um contêiner na Estação Ferroviária de Manzhouli, em Manzhouli, Região Autônoma da Mongólia Interior, no norte da China, em 1º de julho de 2020. (Xinhua/Yu Jia)

Houve uma “queda repentina nas reservas” de importação e exportação dos Estados Unidos na primeira semana de abril, de acordo com um relatório do site de monitoramento do setor naval Vizion, em comparação com a última semana de março. A queda foi de 64% nas reservas de embarques para importações dos EUA da China; de 34% nas exportações dos EUA para a China; de 64% nas importações totais dos EUA; e de 30% nas exportações totais dos EUA. No geral, houve uma queda de 49% no total mundial de TEUs (unidades equivalentes a 20 pés) reservados em abril para comércio por navio porta-contêineres ou caminhão.

A retração ocorre com o início (e posterior adiamento, em alguns casos) das tarifas impostas por Donald Trump. Mas boa parte da forte redução pode ser explicada por antecipação do comércio global na expectativa do aumento das taxas de importação pelos EUA.

Houve um considerável embarque preventivo no segundo semestre de 2024, e 2025 começou forte. Mas esse impulso não durou, expõe o site. “As reservas de março de 2025 caíram 20% em relação aos picos de janeiro, embora os volumes ainda estivessem 30% maiores na comparação anual em comparação com 2024. A explicação mais provável? Os expedidores passaram rapidamente a antecipar os embarques antes dos aumentos tarifários previstos.”

À medida que a incerteza relacionada às tarifas se intensificava, os volumes de reservas despencaram em tempo real. Comparando a semana de 24 a 31 de março de 2025 com a semana seguinte, de 1 a 8 de abril de 2025, foram observadas quedas acentuadas.

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Analisando as tendências de importação de alguns produtos pelos EUA entre 31 de março e 6 de abril de 2025 e a semana anterior (24 a 30 de março), ocorreu queda de 59% em vestuário e acessórios e de 57% em lã, tecidos e têxteis. Uma parte pode ser explicada por serem categorias em grande parte discricionárias ou sazonais.

As importações vindas da China feitas pelos EUA apresentaram dificuldades semelhantes, particularmente em insumos básicos para a indústria: plásticos (-45,4%), cobre (-31,1%) e produtos de madeira (-24%). Essas categorias estão profundamente vinculadas às cadeias de suprimentos industriais e de manufatura e agora enfrentam uma pressão tarifária significativa.

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“A mensagem é clara: os expedidores agiram cedo para se antecipar às tarifas e, em seguida, frearam conforme as condições mudavam. Esse comportamento, visível nos dados de reservas semanas antes de chegarem ao porto, mostra o quão crucial se tornou a inteligência logística com visão de futuro”, analisa o site Vizion.

“Com as tarifas de outros parceiros comerciais atualmente suspensas por 90 dias, os transportadores estão navegando em um ambiente comercial altamente incerto e em rápida transformação. O restante de 2025 provavelmente trará volatilidade contínua, marcada por oscilações na demanda, padrões de pedidos acelerados e uma reavaliação das estratégias de abastecimento, à medida que a resposta global a essas ações comerciais continua a se desenrolar”, projeta o site.

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