Embora gastando menos, brasileiro tem usado mais o cartão de crédito

186

De acordo com a pesquisa Total Retail¸ divulgada pela PricewaterhouseCoopers (PwC) em março, o cartão de crédito aparece como o meio de pagamento mais usado pelos consumidores brasileiro. Ele foi citado por 78,5% dos entrevistados. Em seguida, estão dinheiro (59,2%) e cartão de débito (53,7%). E este uso também está relacionado ao parcelamento do valor das compras.
É o que indica a Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito (Abecs). Em 2014, o volume de compras parceladas nos cartões representava 47,2% da movimentação de crédito no Brasil. Já em 2015, esse volume subiu para 51,7%. No entanto, o valor médio gasto nas compras apresentou uma redução: de R$ 86,90 no fim de 2014 caiu para R$ 76,77 no mesmo período do ano passado.

Taxa de juros em março é a maior desde 1995
As taxas de juros das operações de crédito voltaram a ser elevadas em março de 2016, sendo esta a terceira elevação no ano e décima oitava elevação consecutiva.
De acordo com o diretor-executivo de estudos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, estas elevações podem ser atribuídas aos seguintes fatores:
Cenário econômico que aumenta o risco do crescimento nos índices de inadimplência. Este cenário se baseia no fato dos índices de inflação mais elevados, aumento de impostos e juros maiores reduzirem a renda das famílias. Agregado a isto a recessão econômica, o que deve promover no crescimento dos índices de desemprego. Tudo isto somado e o fato de que as expectativas para 2016 serem igualmente negativas quanto a todas estes fatores leva as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência.
Para pessoa física, das seis linhas de crédito pesquisadas, todas tiveram suas taxas de juros elevadas no mês (juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras).
A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,12 ponto percentual no mês (3,30 pontos percentuais no ano) correspondente a uma elevação de 1,54% no mês (2,27% em doze meses) passando a mesma de 7,77% ao mês (145,46% ao ano) em fevereiro de 2016 para 7,89% ao mês (148,76% ao ano) em março de 2016 sendo esta a maior taxa de juros desde janeiro de 2004.
Para pessoa jurídica, das três pesquisadas, todas foram elevadas no mês. A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma elevação de 0,07 ponto percentual no mês (1,36 ponto percentual em doze meses) correspondente a uma elevação de 1,58% no mês (1,99% em doze meses) passando a mesma de 4,43% ao mês (68,23% ao ano) em fevereiro de 2016 para 4,50% ao mês (69,59% ao ano) em março de 2016 sendo esta a maior taxa de juros desde fevereiro de 2005.
Considerando todas as elevações da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, tivemos neste período (março de 2013 a março de 2016) uma elevação da Selic de 7,00 pontos percentuais (elevação de 96,55%) de 7,25% ao ano em março de 2013 para 14,25% ao ano em março/2016.
Neste período a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 60,79 pontos percentuais (elevação de 69,10%) de 87,97% ao ano em março de 2013 para 148,76% ao ano em março/2016.
Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 26,01 pontos percentuais (elevação de 59,68%) de 43,58% ao ano em março de 2013 para 69,59% ao ano em março de 2016.
Tendo em vista o cenário econômico atual que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses.

SPC diz que apenas 38% dos brasileiros se sentem seguros para lidar com dinheiro
Somente quatro em cada 10 (38%) consumidores brasileiros se sentem seguros para gerir e organizar a própria vida financeira. A conclusão é de uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais do país. O levantamento mostra também que as pessoas acima de 55 anos (62,4%), os homens (43,1%) e os que fazem parte das classes A e B (60,6%) são os que mais se consideram capazes para lidar com o orçamento pessoal. A partir de uma escala que varia de um a 10, a nota média que o brasileiro atribui ao seu próprio nível de conhecimento para administrar suas contas é de apenas 6,6.
A nota é ainda menor quando levado em consideração o domínio que os entrevistados têm sobre temas como conhecimento sobre juros cobrados no cartão de crédito (nota de apenas 6,5), informações sobre os juros praticados em empréstimos (6,5), discernimento sobre os tipos de investimentos (5,3) e conhecimento sobre as aplicações financeiras com as melhores taxas de retorno (4,9).
– Os resultados do estudo indicam que o conhecimento sobre as finanças dos consumidores ainda precisa evoluir significativamente. É preciso buscar mais informações, principalmente no caso do cartão de crédito – alerta o educador financeiro do portal “Meu Bolso Feliz”, José Vignoli.
Já para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, “desconhecer o mecanismo dos juros cobrados é perigoso, pois nesta modalidade a pessoa pode rapidamente perder o controle sobre uma dívida e ficar inadimplente. Além da busca por mais informações, controlar gastos, fazer um planejamento antes de ir às compras e evitar consumir por impulso são algumas atitudes simples que facilitam o planejamento financeiro do dia a dia”.
Segundo os especialistas do SPC Brasil, o principal risco na utilização do cartão de crédito é deixar de pagar a fatura ou optar pelo pagamento do valor mínimo. Com isso o consumidor entra no crédito rotativo, permitindo que a dívida se transforme numa bola de leve acumulando juros sobre juros até a pendência atingir um patamar que muitas vezes extrapola o orçamento pessoal.
Os testes e simulações aplicados para a realização da pesquisa mostram que alguns brasileiros subestimam os riscos da má utilização do cartão de crédito. Diante de um cenário em que o entrevistado não consegue pagar o valor integral da fatura do cartão com sua renda, mas tem a opção de usar um dinheiro guardado para cobrir a pendência, parte significativa dos entrevistados (17,5%) escolhe a pior opção, ao decidir pagar somente o mínimo da fatura, principalmente as mulheres (21,2%) e os pertencentes à classe C/D/E (20,1%). E muitos que assumem essa atitude, o fazem por desconhecimento: 29,3% deles acreditam que pagando o mínimo da fatura se está ‘perdendo menos dinheiro’ do que se sacassem parte da reserva financeira para quitar a dívida no cartão.
A pesquisa foi realizada em todas as capitais brasileiras com 804 consumidores acima de 18 anos, de ambos os gêneros e todas as classes sociais. A margem de erro é de no máximo 3,5 pontos percentuais para um intervalo de confiança a 95%.

Pesquisa revela que 93% selecionam melhor os gastos para sobreviver à crise econômica
A solução para 93% dos brasileiros tem sido selecionar melhor os gastos – mantendo alimentação e medicamentos como prioridade – e mudar os hábitos de consumo (60%), como mostra pesquisa realizada pela Nox4Think e encomendada pela Dotz, em sete estados brasileiros, com 915 entrevistados.
Um caminho encontrado por 26% da população foi concentrar as compras em locais onde há possibilidade de acumular pontos e trocar por descontos ou produtos. Outra tática que vem sendo adotada para fazer o dinheiro render mais é utilizar os pontos para pagar contas. Desde 2012, mais de R$ 14 milhões em contas de consumo foram pagas com pontos, como mostra levantamento da Dotz, com 18 milhões de clientes no Brasil. O salto de 2014 para 2015 foi de 33%.
Com isso, de acordo com os dados da Associação das Empresas do Mercado de Fidelização (Abemf), os cadastros em programas de fidelidade cresceram e totalizaram 67,7 milhões no terceiro trimestre de 2015, uma alta de 22% em relação ao mesmo período de 2014, quando eram 55,4 milhões de clientes.
– O hábito de consumo também tem mudado no perfil da troca de pontos por produtos. Hoje, o vale-compras no supermercado, postos de combustível e a farmácia estão entre os segmentos mais trocados. Assim como tem aumentado o número de pessoas que usam esses créditos da fidelização para pagar contas de consumo, como luz e telefone. Isso mostra que as pessoas estão realmente usando os Dotz como uma forma de complementar a renda nesse momento de crise – revela Roberto Chade, presidente da Dotz.

Espaço Publicitáriocnseg

Em 2015, faturamento do mercado de fidelidade cresceu 27,1%
As empresas que compõem a Abemf registraram em 2015 faturamento bruto de pontos de R$ 5,04 bilhões, representando um crescimento de 27,1% em relação a 2014. Só no quarto trimestre do ano (4T15), foram R$ 1,3 bilhões. O número de cadastros de participantes ultrapassou a marca dos 70,7 milhões no 4T15, um crescimento de 20% em relação ao mesmo período de 2014, que era de 58,7 milhões (sem eliminar a sobreposição de membros inscritos em diferentes programas). Em 2015, foram emitidos 176,5 bilhões de pontos/milhas, valor 6% superior ao do ano anterior. Na quantidade de pontos/milhas resgatados, o saldo total foi de 143,5 bilhões no ano passado frente 126,7 bilhões em 2014, aumento de 16,8%.
Para o presidente da Abemf, Roberto Medeiros, apesar da influência do cenário econômico, com a queda no consumo das famílias e alta do dólar, o mercado de fidelização tem conseguido manter seu ritmo de crescimento.
– Mesmo no acúmulo de pontos/milhas, um dos mais impactados por esses movimentos, foi registrado aumento. Isso demonstra que os consumidores brasileiros estão cada vez mais interessados nestas ações, seja por meio de novas adesões ou pelo maior envolvimento de quem já participa dos programas – explica o executivo.
O crescente engajamento dos consumidores pode ser observado também em outros indicadores, como a taxa de breakage, que aponta o percentual de pontos/milhas expirados. No final de 2014, o índice era de 17,2%. Em 2015, apresentou queda de 0,4 ponto percentual, chegando a 16,8%.
– Além de estar em linha com mercados mais maduros, a taxa de breakage decrescente demonstra que o consumidor brasileiro está mais atento e não quer perder oportunidades de resgate. Isso é extremamente positivo para todo o setor, pois o consumidor que resgata tende a compreender melhor as vantagens dos programas e participar cada vez mais desse tipo de iniciativa – concluiu.
As informações levantadas no estudo são referentes a cinco das maiores companhias do segmento, associadas à Abemf (Dotz, Grupo LTM, Multiplus, Netpoints e Smiles).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui