Embratel perderá R$ 300 milhões

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Os acionistas minoritários da Embratel ficaram revoltados ao tomar conhecimento do anúncio feito por José Maria Zubiria, vice-presidente econômico e financeiro, da elevada perda de receita no primeiro semestre deste ano, devido a inadimplência de R$ 300 milhões. O pitoresco é que a companhia tem 600 mil contas em débito, porém, apenas 100 mil já foram bloqueadas para o uso do código da operadora (21). Tal providência, no entanto, é inócua, pois os clientes podem utilizar se utilizar dos serviços da concorrente Intelig e efetuar as ligações de DDD e DDI. Por causa disso, a imprensa foi convocada para tomar conhecimento de que a empresa está lançando uma campanha para que os clientes devedores paguem as contas atrasadas até junho para ficarem isentos da cobrança de multas e juros. Se não procederem dessa forma, terão seus nomes encaminhados ao Serviço de Proteção ao Crédito.

Embratel não pode usar SPC
Os dirigentes da Embratel devem estar fora da real. Como não sabem como cobrar as contas em atraso, ameaçam negativar os inadimplentes no Serviço de Proteção ao Crédito. Acontece que, por ser empresa prestadora de serviços, não pode se associar ao SPC, órgão do Clube dos Diretores Lojistas, privilégio concedido apenas aos estabelecimentos comerciais. E também não pode recorrer ao Serasa, que é ligado aos bancos e só pune aqueles que estão com dívidas nas instituições financeiras e cartões de crédito. Assim, ao invés de ameaças, deveriam repensar as formas de cobrança.

Estatal nunca teve problemas
José Maria Zubiria afirma que gostaria de chegar ao patamar internacional de inadimplência no final do quarto trimestre, mas infelizmente não disse em que ano pode conseguir isso. A média internacional de inadimplência é de 2% a 3% da receita líquida da operadora, enquanto a Embratel deve encerrar o primeiro semestre com inadimplência de 8% a 9% da receita líquida, talvez novo recorde mundial. Este, ao que tudo indica, é um dos problemas crônicos da Embratel, pois esta será a segunda campanha lançada no prazo de oito meses visando a reduzir o número de créditos em atraso. Na primeira etapa, a companhia enviou 1,8 milhão de cartas aos devedores e conseguiu fazer acordo com 1 milhão de clientes. O interessante é que, quando era estatal, a Embratel nunca teve tais problemas, pela seguinte razão: a sua parcela sempre foi cobrada junto com as contas das operadoras locais. E quem deixasse de pagar, tinha o telefone bloqueado, cortado ou retirado, sem poder apelar para os concorrentes.

Embratel é a culpa
A grande culpada é a própria Embratel. A) Suas contas demoram a chegar aos usuários. Por não fazer acordos com as operadoras locais, às vezes apresenta contas tão pequenas que não são pagas pois o cliente não pode perder tempo nas filas dos bancos; B) Outra grande culpa da Embratel: a surpresa causada pela demora nas cobranças. Mais da metade da inadimplência se refere a cobrança de ligações realizadas há mais de um ano e que o cliente nem se lembra mais de ter efetuado e não tem tempo para possíveis levantamentos; C) O último lançamento: a cobrança trimestral. A Embratel está juntando os gastos de três meses e apresenta valores altos para o pagamento.

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