Os Emirados Árabes Unidos continuam crescendo apoiados por uma forte demanda interna e têm perspectivas econômicas positivas, apesar de estarem sujeitos aos riscos e incertezas globais. As informações foram publicadas em relatório feito Fundo Monetário Internacional e divulgado ontem.
Equipe da instituição financeira, liderada pelo conselheiro e chefe de missão Ali Al-Eyd, esteve no país entre os dias 25 de setembro a 3 de outubro deste ano para discutir a evolução econômica e financeira, as perspectivas e as prioridades políticas e de reforma dos Emirados Árabes Unidos.
“A economia continua crescendo beneficiada por uma forte atividade doméstica”, disse Al-Eyd. A previsão é de que o crescimento do Produto Interno Bruto não relacionado ao petróleo ultrapasse os 4% em 2023 e permaneça em ritmo similar em 2024, impulsionado por turismo, construção e atividades do setor imobiliário.
O chefe da missão afirma que as reformas sociais e medidas favoráveis às empresas continuam atraindo fluxos estrangeiros de capital e de trabalho, sustentando o crescimento do país e contribuindo para a elevação dos preços imobiliários, especialmente no segmento de luxo.
É esperado que após os cortes de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+), o avanço do PIB relacionado à área se abrande neste ano, mas se acelere em 2024, quando entra em vigor o aumento da quota de produção dos Emirados Árabes Unidos na Opep+. O PIB real do país deve crescer 3,5% neste ano.
Os saldos fiscal e externo positivos permanecem elevados por causa dos preços do petróleo. O superávit fiscal deve alcançar 5% do PIB em 2023, impulsionado pelas receitas petrolíferas e a forte atividade econômica. A entrada em vigor, em junho, de imposto sobre os rendimentos de empresas deve apoiar a alta das receitas no médio prazo.
Ali Al-Eyd lembra que as perspectivas seguem sujeitas à incerteza global. Ele diz que declínio sobre a demanda de petróleo, redução no comércio e turismo mundiais em função de crescimento internacional lento, taxas de juros elevadas, condições financeiras apertadas e problemas geopolíticos podem pesar sobre o crescimento do país.
Além disso, em 2024, o país poderá financiar treinamento de jovens africanos em projetos de Agricultura e Saúde por meio do Youth Technical Training Program (YTTP), mantido pelo Instituto Brasil África (Ibraf). Na última semana, o presidente do Ibraf, João Bosco Monte, se reuniu com a ministra de Estado da Cooperação Internacional dos Emirados Árabes Unidos, Reem Al Hashimy, em viagem ao Oriente Médio e à África.
De acordo com Monte, o objetivo do YTTP é promover o desenvolvimento de setores específicos da economia de países africanos a partir de treinamento oferecido por instituições brasileiras e com financiamento externo. Outras edições do YTTP colocaram em prática projetos de agricultura e receberam apoio de diversas instituições, como o Afreximbank (Banco Africano de Importação e Exportação) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Para a edição de 2024, que deverá ser lançada no Fórum Brasil África no fim de outubro, o Ibraf conta com a participação dos Emirados Árabes.
“Vamos lançar uma agenda de longo prazo para capacitar jovens africanos. Vamos avaliar o destino (do projeto), o escopo, que possivelmente envolverá o setor de agricultura e de saúde, com o programa de agente de saúde comunitária. O instituto vai levar o projeto a países africanos em 2024 e com financiamento dos Emirados”, afirmou Monte à ANBA.
Em sua passagem pela África e Oriente Médio, Monte esteve também em Túnis, na Tunísia, Dubai, nos Emirados Árabes, e em Madagascar. Ele se reuniu com empresários da siderúrgica Lybian Iron and Steel Company (Lisco). A empresa produz derivados de ferro e aço, como vergalhões, hastes e barras de aço, entre outros produtos, e tem como principais fornecedoras de matéria-prima as mineradoras brasileiras Samarco e Vale. A empresa busca ampliar sua produção nos próximos anos e, portanto, aumentar suas importações a partir destas companhias.
Em outro de seus encontros na região, Monte esteve com executivos da DP World, um dos maiores operadores globais de portos e movimentação de carga, que opera, entre outros, terminais no Porto de Santos, em São Paulo, e a zona de livre de comércio de Jebel Ali (Jafza), nos Emirados.
“Eles têm o desejo de ampliar sua presença no Oeste da África e no Brasil”, afirmou.
Com informações da Agência de Notícias Brasil-Árabe
Leia também:
-
Promotoria de Istambul emite mandado de prisão contra Netanyahu por acusações de genocídio
Promotoria de Istambul pede prisão de Netanyahu e 39 autoridades israelenses por genocídio e crimes contra a humanidade em Gaza.
-
China retoma importação de carne de frango do Brasil após suspensão por gripe aviária
China volta a importar carne de frango do Brasil após embargo por gripe aviária; ABPA celebra retomada e elogia atuação diplomática do governo.
-
China suspende por um ano restrições a terras-raras
Comunicado suspende restrições de terras-raras e tecnologias por um ano; China retira suspensão a importação de soja de 3 empresas dos EUA.
-
Suprema Corte dos EUA libera regra de Trump que impede identificação de pessoas trans em passaportes
Suprema Corte dos EUA restabelece política de Trump que impede pessoas trans de usar identidade de gênero em passaportes.
-
Lideranças do Mercosul repercutem assinatura do acordo com UE
A diversificação dos novos mercados no comércio internacional é fator-chave apontado por representantes comerciais de países da América Latina para o avanço no acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), em busca de desenvolvimento econômico. Nesta quinta-feira (6), a V Conferência Internacional de Comércio e Serviços do Mercosul (CI25), organizada pela Confederação Nacional do Comércio […]
-
Cuba acusa EUA de “execuções extrajudiciais” em operações no Caribe e no Pacífico
Cuba acusa os EUA de realizar execuções extrajudiciais em operações antidrogas no Caribe e no Pacífico, e fala em “terrorismo de Estado”.





















