Pelo quarto mês consecutivo, o saldo de geração de empregos ficou positivo. Foram criadas 394.989 vagas com carteira assinada em outubro, resultado de 1.548.628 admissões e de 1.153.639 desligamentos. O resultado é recorde na série histórica iniciada em 1992 está no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Economia.
O estoque, que é a quantidade total de vínculos ativos, em outubro chegou a 38.638.484, variação de 1,03% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, o saldo é negativo em 171.139, decorrentes de 12.231.462 admissões e de 12.402.601 desligamentos.
A forte recuperação levou o presidente Jair Bolsonaro a dizer que tem esperanças de fechar o ano com saldo positivo de empregos com carteira assinada, apesar da pandemia. Os dados históricos revelam que não deve passar de uma fake news de Bolsonaro.
Dezembro sempre registra fechamento do número de empregos formais. Em 2019, foram 307.311 empregos a menos; em 2018, retração de 334.462 postos de trabalho. O melhor resultado foi alcançado em 2002, com demissão de 249.514 trabalhadores. Para fechar 2020 no positivo, teriam que ser gerados mais de 420 mil empregos com carteira em novembro, ainda assim dependendo do comportamento em dezembro, passadas as festas natalinas.
Se o emprego formal dá sinais animadores, o mesmo não se pode dizer do mercado de trabalho como um todo. O nível de ocupação – proporção de pessoas ocupadas em relação à população em idade de trabalhar – estava em 46,8%, o menor em 28 anos. Isso significa que o país está com 12 milhões de postos de trabalho a menos do que em 2019. A pandemia atingiu com força o mercado informal, que se recupera também mais lentamente.
