Emprego e saúde são os temas que mais influenciam voto

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Urna eletrônica (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Urna eletrônica (foto de Fabio Rodrigues Pozzebom, ABr)

Em um cenário de mais de 12,4 milhões de desempregados, segundos dados do Caged, e de 71,5% de brasileiros sem qualquer tipo de plano de saúde, de acordo com o IBGE, levantamento da TIM com 186 mil clientes de todo o país aponta que emprego e saúde são as pautas e projetos que mais influenciam na intenção de voto dos eleitores. Ambos os temas foram citados por 19% dos entrevistados. Em seguida, foram citados outros temas básicos: educação (16%), projetos sociais (15%), economia (15%), segurança pública (14%) e saneamento básico (13%).

A enquete, feita por meio da plataforma TIM Ads, que recompensa clientes pré-pagos com bônus de internet, também perguntou quais características dos candidatos mais influenciam na escolha. Os mais citados foram os projetos já realizados (17%), a experiência política (13%) e a forma como trata os eleitores (13%).

Já em relação ao seu próprio comportamento de voto, o levantamento mostra que grande parte dos brasileiros parece não valorizar o próprio voto. Apesar de 23% dos entrevistados afirmarem que votam em candidatos que defendem suas pautas de interesse, a soma dos demais mostra que muitos não se importam com a consequência de uma escolha ruim: 12% votam incondicionalmente em branco/nulo na maioria das vezes; 11% votam nos que têm mais chance de ganhar; 10% não costumam votar, mesmo sabendo que é obrigatório; 9% votam apenas no partido, e outros 9% votam de acordo com a maioria.

Quanto ao local onde mais buscam informação e que influenciam seu voto, a pesquisa aponta que a imprensa continua com credibilidade: 14% dos eleitores afirmaram que os veículos de comunicação, como jornais, TVs, revistas e portais, são as principais fontes. As redes sociais aparecem em seguida, mencionadas por 11% dos entrevistados, enquanto 10% disseram ser influenciados por pessoas próximas, como amigos e familiares, o mesmo percentual de quem sofre influência do ambiente de ensino, como escolas e faculdades.

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Os debates políticos são acompanhados por 51% dos eleitores, sendo 28% ao longo de toda a campanha e 18% somente próximo às eleições. Outros 27% afirmaram categoricamente não seguir a campanha política. Já nas redes sociais, 55% seguem algum político, entre aqueles que o fazem independente da pauta (23%), apenas os que defendem as mesmas ideias (18%) e ainda os que fazem questão de seguir os políticos aos quais são contrários (14%).

O levantamento perguntou também sobre a obrigatoriedade do voto. A maioria dos entrevistados (63%) disse ser a favor do voto obrigatório, sendo que parte dos que concordaram (19%) acreditam que os critérios deveriam ser flexibilizados. Já 18% acham que o voto deveria ser facultativo.

Já pesquisa da Modalmais/AP Exata divulgada nesta quinta-feira mostra que 50% das pessoas consideram o governo Bolsonaro como ruim/péssimo; 29,1%classificam como bom/ótimo e 20,9% avaliam como regular é de 20,9%. A tendência de melhora da aprovação do governo seguiu em destaque esta semana, mas de forma menos intensa em relação às semanas anteriores, sobretudo devido às suspeitas de corrupção envolvendo o MEC e o Ministério da Defesa. Mas, apesar das crises, o número de pessoas que avaliam negativamente a gestão se igualou à soma dos que a veem de forma positiva ou de forma regular.

As redes se dividem de forma ideológica na briga entre governo e oposição, que disputam de forma aberta a criação de uma CPI que investigue os gastos do Ministério da Educação. A equipe de Bolsonaro está em vantagem, conseguindo reunir as assinaturas necessárias para protocolar pedido para analisar as contas do MEC nas gestões do PT.

O governo tem sido bem-sucedido no desmonte de um pedido similar, para investigar a gestão do MEC sob Bolsonaro. Abraham Weintraub acusou o presidente de dar ordem para entregar o comando do FNDE ao Centrão. Opositores não tiveram sucesso em manter o assunto em destaque nas redes. Governistas emplacaram atese de que Weintraub tenta se vingar de Bolsonaro por não contar com seu apoio para lançar candidatura ao governo do Estado de São Paulo.

No caso do ex-presidente, o tema corrupção somou, no mesmo período, 20,8%. O assunto foi o mais mencionado em quatro dos últimos seis meses, nas publicações sobre o petista. A recusa do governo em fornecer dados sobre o encontro de Bolsonaro com os pastores acusados de pedir propina de prefeitos foi vista como novo uso do sigilo para esconder possíveis crimes de Bolsonaro. Nas redes, o pedido #CPIdoMEC ainda tem muita força. No entanto, o crescimento do presidente nas pesquisas tem dado a ele margem de manobra política, para evitar debandada da sua base de apoio no Congresso e garantir a manutenção da militância governista orgânica nas redes sociais.

Bolsonaro e Lula seguem dominando praticamente sozinhos as redes, abarcando 83,8% das menções aos presidenciáveis, no Twitter. Sérgio Moro e Ciro Gomes conseguem ainda criar agenda própria de influência, mas os demais pré-candidatos seguem de acordo com a maré das redes. Cabe notar um descolamento de João Doria em relação a Eduardo Leite, com o ex-governador de SP conseguindo mais visibilidade que o gaúch omas, ainda assim, com pouca relevância em nível nacional.

A chapa Lula/Alckmin ainda recebe muitas críticas de antipetistas, mas apoiadores de Lula argumentam que a frente ampla seria a única forma de derrotar o bolsonarismo. Eles alertam que as pesquisas indicam precisamente o risco deperder a eleição caso esquerda e centro não se aliem. Ciristas não demonstram qualquer interesse em aproximação a Lula e muitos deixam claro que votarão nulo se o segundo turno concretizar em uma disputa entre Bolsonaro e Lula. Petistas dizem que os apoiadores de Ciro estão acometidos de ódio ideológico e os acusam de torcer pela reeleição de Bolsonaro apenas para derrotar Lula. Analistas acreditam que a campanha de Lula precisa de um rumo diferente para ser bem-sucedida. Eles consideram um erro as falas recentes sobre aborto e a classe média e defendem que o programa do adversário de Bolsonaro precisa migrar mais para o centro ideológico.

A semana foi instável para a imagem do presidente. A sucessão de denúncias no MEC e na Defesa criou picos de menções negativas, que foram sendo combatidas pela militância digital governista. Terça e quinta-feira foram os dias mais negativos para a imagem do presidente, que estava conseguindo manter um patamar próximo a 40% de menções positivas, mas chega no final da semana com cerca de 35%.

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