Apesar da queda no desemprego, em 2019, a taxa de informalidade – soma dos trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar – atingiu seu maior nível desde 2016 em 20 estados, seguindo o recorde negativo batido no conjunto do Brasil (41,1%).
O pior caso é no Pará, onde mais de seis em cada dez trabalhadores (62,4%) só conseguem ocupação informal. Em 11 estados, a taxa de informalidade ultrapassou 50%. Apenas Distrito Federal (29,6%) e Santa Catarina (27,3%) tiveram taxas abaixo de 30%.
A analista da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE, Adriana Beringuy, explica que “do acréscimo de 1,819 milhão de pessoas ocupadas, 1 milhão é de pessoas na condição de trabalhador informal”, explica Adriana. “Em praticamente todo o país, o que tem sustentado o crescimento da ocupação é a informalidade”, observa.
A precarização do trabalho reflete na Previdência: desde 2016, o país vem apresentando queda na proporção da população ocupada que contribui para o INSS. “A gente percebe que o crescimento da população contribuinte não está acompanhando o crescimento da população ocupada como um todo. Enquanto a população ocupada aumentou 2%, o contingente de contribuintes para a previdência só cresceu 1,7%”, aponta Adriana.
Em relação ao tempo de procura, no Brasil, 44,8% dos desocupados estavam de um mês a menos de um ano em busca de trabalho; 25%, há dois anos ou mais; 14,2%, de um ano a menos de dois anos; e 16%, há menos de um mês. No Brasil, 2,9 milhões de pessoas, um em cada quatro desempregado, procuram trabalho há dois anos ou mais.