Duas empresas brasileiras conseguiram boa pontuação no relatório deste ano do Boston Consulting Group (BCG), intitulado “The 2024 Value Creators Rankings: Even a Historic Bull Market Comes with Challenges”. O levantamento, elaborado com base em 2.355 empresas de 35 setores, mostrou que o entusiasmo pela inteligência artificial (IA) generativa ajudou a alavancar o crescimento da indústria de tecnologia.
A brasileira Prio, por exemplo, especializada em petróleo e gás, conquistou a quinta posição no ranking global. Outro representante brasileiro foi o banco BTG Pactual, que foi o 24º colocado na mesma classificação. O relatório foi divulgado nesta quarta-feira pelo BCG.
Entre os nomes de destaque no relatório, estão Nvidia, com melhor desempenho, Microsoft e Apple. Também fazem parte da lista as companhias ServiceNow e Shopify, de software, Tesla e BYD, especializadas em veículos elétricos, e PDD e Mercado Livre, que são focadas no varejo.
“Dentre as 20 organizações brasileiras com maior TSR (uma métrica que reflete os resultados financeiros para os acionistas de uma instituição). no período analisado, o setor elétrico se sobressaiu, representado por instituições como Equatorial Energia, Eletrobrás e Engie Brasil Energia, cita Heitor Carrera, diretor executivo e sócio sênior do BCG.
Nos últimos 26 anos, o BCG tem classificado organizações com base no TSR, uma métrica que reflete os resultados financeiros para os acionistas de uma instituição. Na edição de 2024 do levantamento, constatou-se uma geração de 12% ao ano no retorno total médio anual para os acionistas entre 2019 e 2023 – valor acima do registrado na última edição do levantamento, de 7% ao ano (entre 2018 e 2022). O setor de hardware foi o que mais se destacou, com TSR médio de 27% ao ano.
“Apesar das empresas de hardware, que ocuparam cinco das dez primeiras posições na lista de companhias com grande capitalização, terem se sobressaído no estudo, outros setores de tecnologia também foram reconhecidos em termos de performance, como software e serviços de tecnologia da informação (5ª posição) e a de componentes elétricos (9ª posição)”, comenta Carrera.
Além da indústria de tecnologia, outros dois grupos ganharam visibilidade este ano com ganhos substanciais de TSR acima da média do mercado de 5% em comparação com o ano anterior: o primeiro inclui mineração, materiais de construção, máquinas e metais. Seu alto desempenho foi impulsionado pelo mercado dos EUA, evitando uma recessão; o segundo abrange automóveis, bens duráveis de consumo e viagens e turismo. Diferentemente do que foi registrado no TSR de 2018 a 2022, esse grupo registrou forte recuperação em 2023.
Por outro lado, setores de saúde, como farmacêutico, tecnologia médica e serviços de saúde, enfrentaram um abrandamento do TSR. Apesar de retornos médios ainda elevados, os investidores estão mudando suas expectativas.
