Encerrando julho

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Estamos fechando o mês de julho, dia complicado pelo registro da PTAX, mas com a Bovespa acumulando alta (faltando hoje) de 10,47%, mas com o ano ainda negativo em 9,2%. Ontem, os mercados de risco no mundo acusaram o impacto de resultados do segundo trimestre não tão positivos para muitas empresas, PIBs anunciados com forte contração (destaque para os EUA com -32,9% e tendo como pano de fundo a nova expansão da covid-19, que retira a expectativa de recuperação mais rápida das economias, e embute a necessidade de novos programas de estímulos por países.

Além disso, temos a deterioração das relações diplomáticas entre os EUA e a China e Donald Trump levantando a hipótese de adiar as eleições americanas, ele que está atrás nas pesquisas e com a economia mostrando forte desaceleração no presente.

Hoje novamente os investidores vão ter que avaliar a divulgação de PIBs em diferentes países e a safra de balanços, só que dessa vez com resultados positivos das empresas de tecnologia, com destaque para o resultado recorde da Amazon com lucro de US$ 5,2 bilhões no segundo trimestre.

As Bolsas da Ásia terminaram o dia com quedas, Europa começou no campo positivo, mas vai perdendo tração e futuros do mercado americano operando com valorizações, principalmente o Nasdaq. Aqui, seria muito bom que conseguíssemos manter patamar acima dos 105 mil pontos (fechamos em 105.008 pontos), para tentar buscar objetivo ao redor de 108 mil pontos.

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O dia está sendo de anúncio de PIB em diferentes países, todos com contrações históricas e mostrando o real efeito da covid-19. Na França, queda do PIB do segundo trimestre de 13,8%, na Espanha contração de 18,5% e na Itália com -12,4%. Na Zona do Euro, a queda ficou em 12,1%. Na Alemanha, que já tinha anunciado contração ontem de 10,1%, foram divulgadas as vendas no varejo de junho com queda de 1,6%.

Já na China, o PMI industrial de julho subiu para 51,1 pontos, vindo de 50,9 pontos, enquanto o PMI de serviços retrocedeu para 54,2 pontos, de anterior em 54,4 pontos. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em Nova Iorque mostrava alta de 0,45%, com o barril cotado a US$ 40,10. O euro tinha alta para US$ 1,186 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,53%. O ouro e a prata mostravam forte desempenho nesse início de manhã na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago.

Aqui, a Petrobras anunciou ontem prejuízo no segundo trimestre de R$ 2,7 bilhões, sem efeitos de impairment, mas os números indicam que o "fundo do poço" já foi atingindo. Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que o governo precisa encaminhar logo a reforma administrativa.

Ao longo do dia, ainda teremos indicadores com capacidade de mexer com os mercados. Aqui, sairá a nota de política fiscal de junho e nos EUA a inflação medida pelo deflator de consumo PCE, a renda e gasto pessoal de junho e a confiança do consumidor de Michigan de julho.

A expectativa é que a Bovespa possa recuperar perda de ontem, dólar ainda fraco e juros em queda.

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Alvaro Bandeira

Economista-chefe do Banco Digital Modalmais

Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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