Energia nuclear pode crescer 2,5x até 2050

Atualmente, energia nuclear responde por pouco mais de 9% da eletricidade mundial; 59 reatores estão em construção

424
Logo na sede da IAEA, Ag~encia Internacional de Energia Nuclear da ONU, em Viena
Logo na sede da IAEA, em Viena (foto de Liu Xinyu, Xinhua)

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) previu, em relatório publicado nesta segunda-feira, um crescimento robusto da energia nuclear em todo o mundo até 2050.

O órgão das Nações Unidas apresentou duas previsões para a implantação global de energia nuclear em seu relatório “Estimativas de energia, eletricidade e energia nuclear para o período até 2050”. A projeção de baixo cenário vê um aumento de cerca de 40% na capacidade operacional nuclear global de 372 gigawatts elétricos (GW(e)) em 2023 para 514 GW(e) até 2050.

Na previsão de alto cenário, a capacidade operacional nuclear global deve atingir 950 GW(e) até 2050, cerca de 2,5 vezes o número em 2023, com “uma contribuição significativa de pequenos reatores modulares”.

O relatório disse que “políticas e estratégias nacionais de apoio, estruturas de financiamento mais favoráveis, investimento em redes e desenvolvimento da força de trabalho” são necessárias para atingir o cenário mais otimista.

Espaço Publicitáriocnseg

“O ímpeto global por trás da energia nuclear continua em ritmo acelerado”, disse o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi. “As novas projeções da AIEA refletem o crescente reconhecimento da energia nuclear como um suprimento de energia limpo e seguro.”

De acordo com o relatório, até o final de 2023, um total de 413 reatores de energia nuclear estavam operacionais em todo o mundo, e 59 reatores adicionais com uma capacidade total de 61,1 GW(e) estavam em construção. A energia nuclear foi responsável por 9,2% da produção global total de eletricidade em 2023.

Matéria publicada pela revista britânica The Economist neste domingo destaca que a China está vencendo os Estados Unidos na corrida da energia nuclear. “Hoje os chineses estão de 10 a 15 anos à frente dos americanos na implementação da tecnologia nuclear de quarta geração”, afirma a reportagem.

As usinas nucleares da China, como as de outros países, usam a fissão nuclear. Mas os cientistas chineses estão perseguindo o sonho da fusão nuclear, que visa imitar o processo que alimenta o sol, produzindo um suprimento quase ilimitado de energia, com muito menos resíduos radioativos.

“A China gasta cerca de duas vezes mais do que os Estados Unidos em pesquisa de fusão, segundo autoridades em Washington. Os cientistas chineses estão registrando mais patentes relacionadas à fusão do que os de qualquer outro país. No ano passado, o governo criou a China Fusion Energy, uma empresa que tem como objetivo comercializar a tecnologia e conectar empresas nucleares e universidades. Ainda assim, é preciso uma dose de realismo: os cientistas passaram décadas tentando fazer a fusão funcionar. Por enquanto, os reatores de quarta geração terão que ser suficientes”, finaliza a Economist.

Com Agência Xinhua

Matéria atualizada às 18h41 para inclusão de dados da revista The Economist

Siga o canal \"Monitor Mercantil\" no WhatsApp:cnseg

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui