No último dia 19, a Câmara dos Deputados aprovou Projeto de Lei que regulamenta o ensino domiciliar. Na modalidade, as famílias optam por ensinar os filhos em casa, longe da escola.
“Existem mais pontos contrários do que a favor da modalidade”, explica o psicólogo Filipe Colombini, CEO da Equipe AT.
“Como vantagem, existes situações em que o estudante poderia ser ensinado em casa devido a um quadro de exceção, como problemas de saúde, dificuldades sociais por motivo psiquiátrico e dificuldade de locomoção, onde o homeschooling funcionaria de forma temporária, mas, assim que resolvidas estas questões, o estudante retomaria as atividades na escola. ”
O especialista reforça que a prática não é indicada para longos períodos porque a escola tem diversos papéis na formação do indivíduo que não se limitam ao ensino dos conteúdos.
“O ambiente escolar é fundamental para a socialização. A escola vai muito além das provas e avaliações. É neste lugar que, já na primeira infância, a criança vai ter um modelo social, estranho a sua família, onde ela terá de aprender a lidar com seus impulsos e que é fundamental para o seu desenvolvimento”, afirma.
Ele lembra que “é no ambiente escolar que a criança vai estabelecer regras para o convívio social, além de aprender noções como o respeito à hierarquia, limites e, ainda, como a lidar com emoções”, afirma.
Por isso tudo, o especialista afirma que é muito difícil os pais transformarem a casa em escola. “Além de dispendioso, na prática, lidar com as tarefas de casa já é difícil; imagine, então, ter de reproduzir todo o ambiente escolar, com todos seus nuances, na residência de cada família”, pondera.
Filipe acrescenta que “viver em sociedade é difícil, porém, a escola é um recorte disso, e fugir da escola é também fugir da sociedade.”
Nesta ressocialização, o especialista lembra que, quando houver necessidade, a saída é as famílias buscarem suporte psicológico e médico. “Evitar a escola, em caso de dificuldade, será a pior escolha”, avalia.
Nesta quinta-feira, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) divulgou a lista dos municípios que estão aptos a receber o pagamento do recurso de apoio à manutenção de novas matrículas em turmas da educação infantil – creches e pré-escolas. A verba é destinada a instituições educacionais públicas ou filantrópicas sem fins lucrativos conveniadas com o poder público que tenham cadastradas novas matrículas em novas turmas e que ainda não foram contempladas com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Segundo a Portaria 121/22, serão distribuídos pouco mais de R$ 18 milhões a 12 municípios de 12 estados brasileiros – Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e Rio Grande do Sul.
Com informações da Agência Brasil
Leia também: