Entre o salto e o tênis: a competência não tem uniforme

A importância de alinhar identidade e estilo no ambiente profissional, quebrando estereótipos e valorizando resultados. Por Daiana Ribeiro.

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Daiana Ribeiro

Sempre devemos primar pela nossa imagem, trabalhando-a muito bem, mas é fundamental que sejamos aderentes à nossa identidade. Confesso que passei muito tempo não seguindo esse pensamento e acreditei que, para fazer valer a minha competência diante do mercado e dos clientes, eu precisava seguir à risca o padrão de imagem preestabelecido.

Trabalho e convivo com muitos empresários e c-levels, a galera engravatada. Nem todos continuam com esse estereótipo; muita coisa avançou, mas o que vejo é que a maioria ainda se apega a tipos de imagens para determinar se alguém possui qualificação acerca da sua própria expertise, o que nada mais é do que o velho “julgar o livro pela capa”.

O nosso lado profissional também é constituído por quem nós somos no âmbito pessoal, no dia a dia, na vivência. Não dá para ignorar; faz parte de quem somos. Depois de anos e anos de estrada, de clientes atendidos com êxito, de contratos fechados e, agora, como CEO da Increase 360, minha agência de comunicação, tem algo que eu preciso tirar do peito: eu odeio usar salto alto, sou muito mais o meu All Star.

Sou prática, resolutiva, dinâmica e superligada no 220v, confesso. Administro casa, família, colaboradores, empresas, clientes e eventos; por isso, gosto e preciso de conforto, que, convenhamos, um salto alto não vai dar. Durante muito tempo, fiquei preocupada de que as pessoas à minha volta pudessem pensar ou até mesmo duvidar da minha competência só porque eu estivesse usando um tênis, por exemplo.

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Com o tempo, juntamente às minhas conquistas, entendi que não precisava me apegar a esse medo. Ser uma mulher empreendedora no Brasil, em um cenário ainda muito masculino, já é difícil. Imagine ter que se vestir para se provar mais ou menos competente? Não dá! Além de a moda e o vestuário serem uma forma de expressão da nossa identidade, que, como disse, deve ser respeitada no nosso lado profissional, precisamos começar a olhar além das aparências.

Hoje, principalmente, a inclusão é um dos principais tópicos no mundo empresarial. Precisamos e devemos estar abertos a aceitar as pessoas em sua essência. O mercado de trabalho precisa estar mais desengessado para que uma maior pluralidade de talentos seja abraçada e descoberta. Ter o vestuário como uma régua de corte, em pleno 2024, é um tiro no pé.

Mas, claro, sejamos também coerentes com a nossa identidade e com as ocasiões. Eu odeio salto, mas, se for preciso ir a um evento mais formal, coloco um salto quadrado, alinhando o tipo de traje com a minha essência, que preza pela praticidade e conforto, unindo o útil e o obrigatório ao agradável.

Cada um com o seu estilo, cada um com a sua área. Meu tênis é a minha identidade, e não define minhas capacidades; afinal, competência não se mede por vestuário, mas sim por resultados. Portanto, vamos celebrar a diversidade e sermos profissionais de verdade, deixando os estereótipos de lado!

Daiana Ribeiro, especialista em branding e CEO da Increase 360

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