Levantamento feito pela Remessa Online, plataforma online brasileira de remessas internacionais, analisou mais de 340 mil transferências internacionais, realizadas em 2020 e 2021, entre os meses de janeiro e maio, em suas bases de dados, para avaliar o impacto da variação cambial e da pandemia nas operações que envolvem envio de dinheiro para o exterior. Uma das conclusões do estudo é que uma das naturezas que registrou alta expressiva no valor médio das transferências foi o envio destinado à sociedade empresarial, com alta de 43,37%.
A variação cambial elevou o valor médio enviado para a manutenção de residente e para investimento, em 12,24% e 12,29% respectivamente. Já os pagamentos referentes a aquisição de mercadorias (62,33%), pagamento de aluguéis (37,75%) e por serviços (28,02%) aumentaram significativamente.
De acordo com Alexandre Liuzzi, diretor de estratégia da Remessa Online, o comportamento está dentro do esperado devido à forte variação cambial em um curto período de tempo. O dólar comercial que fechou janeiro de 2020 valendo R$ 4,2695, chegou no início da pandemia a quase R$ 6 e só recentemente passou a dar sinais claros de uma acomodação por volta de R$ 5.
“Apesar da instabilidade e das incertezas provocadas pela pandemia, o volume de transferências internacionais permanece em forte crescimento. Uma clara indicação de que as classes A e B brasileiras estão mais internacionalizadas”, explica Liuzzi.
Já o gasto médio do brasileiro com educação no exterior sofreu a maior queda percentual entre as principais naturezas de operações de transferências internacionais realizadas por pessoas físicas.
Além das despesas com educação, com recuo de 13,27% no valor médio das operações, recuaram o envio de dinheiro para disponibilidade no exterior (-11,42%) e os gastos com manutenção de familiares em outros países (-4,4%).