Equador: manifestantes prometem continuar protestos até Moreno recuar

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Pelo oitavo dia, indígenas, estudantes e trabalhadores do Equador protestaram nesta quinta-feira contra o decreto 883, assinado pelo presidente Lenín Moreno, que eliminou subsídios aos combustíveis.
Apesar de muitos indígenas já terem deixado Quito após a mobilização de quarta-feira, o presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Jaime Vargas, afirmou que as manifestações seguirão até que o governo revise o pacote de medidas econômicas que implementou no âmbito do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A Defensoria Pública do Equador confirmou a morte de um homem durante os protestos de quarta contra o ajuste econômico do governo, fato que já havia sido relatado pela Conaie em mensagem na qual repudiava a “repressão brutal e desmedida aos manifestantes”.
Segundo a Defensoria, a vítima é um líder indígena do Conaie, que foi ferido na cabeça durante protestos em massa, que foram reprimidos pelas forças de segurança com grande quantidade de gás lacrimogêneo. Com este caso, sobe para cinco o número de mortos nos protestos. 
Para o economista equatoriano Danilo Albán, Moreno não voltou atrás porque obedece “ordens diretas do FMI”, órgão com quem o governo firmou em fevereiro um acordo de US$ 4,2 bilhões que prevê reformas tributárias, trabalhistas e monetárias no país. “Ele precisa do dinheiro porque não fez as correções no setor externo por conta da ideologia neoliberal de deixar o mercado livre”, afirmou o economista.
Segundo Albán, “os protestos no Equador são protagonizados por um povo que ficou farto de um governo que traiu as pessoas que o escolheram. O povo não escolheu um governo neoliberal e é isso o que Lenín Moreno está fazendo. No início de 2018, Moreno dá um giro e decide fazer um governo neoliberal. Ele escolheu um ministro de economia representante dos grandes grupos econômicos”, afirmou.
 

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