Equatorial fica com o controle da CCEE-D

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Fachada do BNDES: divulgação
Fachada do BNDES: divulgação

Após várias liminares contra a realização do leilão, a empresa Equatorial Participações e Investimentos, representada pela corretora XP, venceu nesta quarta-feira (31), na B3, o leilão de alienação das ações ordinárias e preferenciais da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) do Rio Grande do Sul.

A Equatorial ofertou proposta de R$ 100.000,00, o que representa um ágio de 100% em relação ao valor mínimo previsto no edital. Uma das liminares derrubadas criticava justamente o baixo valor do ativo, que teve lance inicial de R$ 50 mil.

“Agradecemos à confiança da Equatorial não só na empresa, mas também no Rio Grande do Sul, na medida em que, ao ofertar R$ 100 mil, assume uma série de obrigações de passivos, que somam mais de R$ 4 bilhões”, afirmou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

As ações leiloadas eram de propriedade da Companhia Estadual de Energia Elétrica e Participações (CEEE-Par) e representam 65,92% do capital social total da CEEE-D. A privatização beneficiará cerca de 1,8 milhão de clientes em 72 municípios, incluindo a região metropolitana do Rio Grande do Sul.

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Os estudos, modelagem da privatização e avaliação da companhia tiveram a coordenação do BNDES. O trabalho foi supervisionado por equipes do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, com participação de técnicos da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Secretaria do Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), Secretaria da Fazenda (Sefaz) e Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

Ponto de vista

“Esse dia é histórico. Lá no passado, diante de um contexto totalmente diferente, o Estado optou por atuar diretamente em determinados setores, criando estatais e as operando. Em tempos atuais, nas mãos do Estado, a operação desses setores é mal gerenciada e todo o arcabouço jurídico impõe uma série de dificuldades”, disse Eduardo Leite.

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, também comemorou o resultado da licitação. “Qualquer operação de desestatização é complexa, requer tempo para ser bem estruturada. Provamos que projetos bem modelados conseguem ser viabilizados para o mercado. Finalizamos mais uma etapa de desestatização no Brasil em que o BNDES cumpre sua missão”, avaliou Montezano.

Segundo Luiz Henrique Viana, secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul, a privatização da CEEE-D desamarra um processo que vinha atado há anos por muitos enganos, discursos equivocados e pretensões corporativistas. “Pretensões estas que nada mais têm a ver com o desejo da sociedade gaúcha por um estado não maior ou menor, mas do tamanho necessário aos tempos atuais. Conseguimos romper com o tabu que era o tema da privatização no Rio Grande do Sul. Entramos, seguramente, em um novo período. Alargamos os horizontes do debate político e econômico gaúcho”, celebrou Viana.

Desestatização

Já o presidente da CEEE-D, Marco Soligo, destacou a importância da desestatização para o Estado do RS e para o setor elétrico brasileiro. “Era muito importante que essa companhia fosse desestatizada pelos problemas operacionais e financeiros que tanto machucavam nosso Estado”, disse.
“Sabemos a importância dos investimentos em infraestrutura para a retomada do crescimento, já que a atração de capital de longo prazo para esses setores-chave desonera estados e municípios e aumenta a produtividade”, afirmou Daniel Sonder, CFO da B3.

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