Ernesto Araújo é o pior ministro, avaliam líderes do Congresso

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O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Titular das Relações Exteriores, Ernesto Araújo é o pior ministro do presidente Jair Bolsonaro, na avaliação de líderes do Congresso. Em uma escala de 1 a 5, o ministro recebeu nota 1,9 dos parlamentares com maior poder de decisão e influência na Câmara e no Senado ouvidos pelo Painel do Poder, ferramenta de pesquisa do Congresso em Foco, em dezembro. O segundo pior ministro é Ricardo Salles, do Meio Ambiente, que dividia a lanterna no levantamento anterior, em setembro. Os dois fazem parte da chamada “ala ideológica” do governo, formada pelo grupo mais radical e alinhado às práticas belicosas de Bolsonaro.

Já os ministros mais bem avaliados, assim como em edições anteriores do Painel, foram Tereza Cristina, da Agricultura, e Tarcísio Freitas, da Infraestrutura, ambos com nota 3,5, também na escala de 1 a 5. A deputada licenciada e o consultor legislativo, também militar da reserva, têm perfil considerado técnico. O ex-deputado Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, completa a lista dos três ministros mais bem avaliados, com nota 3,1.

A política externa do Brasil conduzida por Ernesto Araújo tem sido fortemente criticada por políticos e especialistas, que veem o país cada vez mais isolado no cenário internacional devido ao alinhamento, que se mostrou pouco produtivo, com o governo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e aos ataques proferidos por ele contra a China. O levantamento foi feito antes do atraso na importação de insumos para a vacinação contra covid-19, atribuída em parte aos embates liderados pelo ministro com o governo chinês. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ficou com nota 2,5. A avaliação de Pazuello também não contemplou seus últimos atos à frente da pasta, também bastante questionados por parlamentares e especialistas.

A saída de Ernesto e Pazuello é considerada iminente nos bastidores políticos em Brasília. A tendência é que eles sejam deslocados para outros cargos. Como mostrou o Congresso em Foco na última quinta-feira (28), a Saúde deverá ser entregue ao Centrão e o general tende a ser remanejado para o Comando Militar da Amazônia. Já o chefe das Relações Exteriores é cotado para assumir algum posto em organismo internacional.

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Assim como Pazuello, ficaram com nota 2,5 Onyx Lorenzoni, do Ministério da Cidadania; e Damares Alves, da Mulher, Família e Direitos Humanos. Já Milton Ribeiro, da Educação, recebeu nota 2,4. Considerado um superministro no início do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, da Economia, ficou em posição intermediária na avaliação dos líderes do Congresso, com nota 2,8.

O estudo, trimestral, foi feito entre 26 de novembro e 2 de dezembro com as principais lideranças do Parlamento, como presidentes de comissões ou frentes parlamentares, líderes de bancada e formadores de opinião na Câmara e no Senado. Foram entrevistados nesta edição 70 deputados e senadores, considerando-se a proporcionalidade de partidos, posicionamento em relação ao governo e distribuição geográfica dos políticos entrevistados.

Já levantamento global da Edelman Trust Barometer, que ouviu mais de 33 mil pessoas em 28 nações, apontou que dentre 28 países, só Brasil e Tailândia viram aumentar a diferença de confiança na mídia sobre governo.

O crescimento da confiança dos brasileiros na mídia foi o sexto maior entre os 28 países analisados e seu índice, de 48 pontos em 2021, ficou apenas três abaixo da média global de 51. Por outro lado, o crescimento da confiança dos brasileiros no governo foi o 20º maior e seu índice de 39 pontos ficou 14 abaixo da média global de 53.

Com os crescimentos verificados, a confiança dos brasileiros na mídia ocupa o 16º lugar no ranking de 2021. Já a confiança no governo está entre as 9 piores dos 28 países analisados.

Por outro lado, 72% dos respondentes brasileiros disseram que a imprensa brasileira não está cumprindo seu papel, por falta de isenção e objetividade. Esse índice foi maior do que a média global (61%) e o sétimo maior dos 28 países analisados. Globalmente, o estudo mostra que a confiança nas notícias atingiu seu ponto mais baixo, depois de atingir o pico em maio.

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