Escolas estão presentes em redes sociais, mas EAD é pouco adotada

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No Brasil apenas 28% das escolas localizadas em áreas urbanas contavam com um ambiente ou plataforma de aprendizagem a distância, segundo a pesquisa TIC Educação 2019, divulgada hoje pelo Comitê Gestor da internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Os dados mostram que esse tipo de plataforma voltada para o ensino a distância estava presente em apenas 14% das escolas públicas urbanas e 64% das particulares urbanas. Em 2018, esse dado era de 17% e 47%, respectivamente.

A pesquisa também revela que em 2019 aumentou a presença em redes sociais das escolas localizadas em áreas urbanas: 79% possuem perfil ou página em redes sociais, sendo 73% entre as públicas e 94% entre as particulares – números que eram de 67% e 76% em 2018, respectivamente. De acordo com a TIC Educação 2019, as redes sociais são um dos principais canais de interação entre a escola e a família: na rede pública, 54% dessas instituições afirmam utilizá-las como meio de comunicação com os pais ou responsáveis, enquanto na rede privada, este percentual foi de 79%. Por outro lado, o e-mail institucional é utilizado por apenas 16% das escolas públicas e de 63% das particulares.

Em relação ao uso da internet para a realização de atividades pedagógicas em 2019, 77% do total de alunos de escolas urbanas que são usuários de internet utilizavam a rede para fazer trabalhos em grupo, e 65% para trabalhos escolares à distância. Uma porcentagem menor dos alunos (28%) afirmou, ainda, que utiliza a rede para se comunicar com os professores. Os docentes, por sua vez, fazem uso da internet para esclarecer dúvidas dos alunos (48%), disponibilizam na rede conteúdos para os alunos (51%) e recebem trabalhos enviados pela internet (35%).

A pesquisa também indica que um percentual importante dos alunos de escolas urbanas utiliza as redes sociais para a realização de trabalhos escolares: em 2019, 81% usaram este recurso, sendo que 61% disseram utilizar o WhatsApp para essa tarefa, percentual que se manteve estável desde 2018.

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Segundo a TIC Educação 2019, grande parte dos alunos de escolas urbanas é usuária de internet (83%), sendo 88% na região Sudeste, 87% na Sul e 86% no Centro-Oeste. Nas regiões Norte (73%) e Nordeste (78%), no entanto, a porcentagem de alunos com acesso à internet é menor.

O celular é utilizado para acessar a rede por 98% dos alunos, sendo este o único dispositivo de acesso para 18% dos respondentes. O acesso exclusivo pelo celular foi maior entre os alunos que residem nas regiões Norte (25%) e Nordeste (26%) e entre os estudantes de escolas públicas urbanas (21%), dados que evidenciam desigualdades nas condições e nas oportunidades de uso das tecnologias entre os estudantes.

Em relação à presença de outros dispositivos de acesso à rede nos domicílios, 29% dos alunos de escolas urbanas contam com um tablet em casa, 35% com um computador de mesa e 41% com um computador portátil. Além disso, 39% dos alunos de escolas públicas não possuem nenhum destes dispositivos em casa, o que pode dificultar a realização de atividades pedagógicas de forma remota.

A pesquisa mostra ainda que a faixa etária é um fator determinante na realização de algumas atividades on-line e para o desenvolvimento de habilidades digitais. A pesquisa mostra que 48% dos alunos conectados do 5º ano do Ensino Fundamental leram um livro, um resumo ou um e-book na internet, 40% usaram mapas na internet e 63% compartilharam na internet um texto, imagem ou vídeo, porcentagens que são maiores entre os alunos do 2º ano do Ensino Médio: 65%, 74% e 82%, respectivamente.

Entre as atividades escolares, 93% do total de alunos de escolas urbanas usuários de internet afirmam acessar a rede para pesquisas escolares. Ao verificar os usos mais diversificados de tecnologias em atividades de aprendizagem, a pesquisa registra porcentagens menores: apenas 24% dos alunos do 2º ano do Ensino Médio afirmaram ter utilizado a rede para fazer provas e simulados e 16% para participar de cursos à distância.

A pesquisa apresenta ainda que 76% dos alunos do 5º ano afirmam usar a internet para fazer pesquisas para a escola, enquanto 55% usam a rede para estudar para provas. O crescimento mais expressivo de uso da rede foi para a realização de tarefas e exercícios que os professores passam – de 47% em 2018 para 56% na última pesquisa. Entre os docentes de escolas públicas urbanas, apenas 48% disseram ter desenvolvido com os alunos atividades on-line relacionadas a música, vídeos e fotografia; 31% fizeram pesquisas em livros e revistas com os alunos e 15% elaboraram planilhas e gráficos.

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