O termo ESG surgiu pela primeira vez em 2004, na publicação do relatório da ONU Who Cares Wins e abrange um conjunto de práticas voltadas para a preservação do meio ambiente, responsabilidade com a sociedade e transparência empresarial. Nos últimos anos tais práticas estão ganhando importância para investidores, consumidores e a sociedade como um todo, que observam o compromisso de uma empresa com a sustentabilidade, responsabilidade social, sua reputação e desempenho financeiro em longo prazo.
É claro que a área da saúde não ficaria fora dessa tendência, sendo cada vez mais necessário garantir a sustentabilidade do setor, a qualidade do atendimento e a confiança da sociedade nas empresas e profissionais que prestam serviços de saúde e no próprio SUS. Ao integrar os pilares ambiental, social e de governança, as instituições de saúde podem construir um futuro mais saudável e responsável, relações mais transparentes com seus consumidores e, sem dúvida nenhuma, melhores resultados financeiros e de cuidados em saúde para as pessoas.
Na realidade, não se trata apenas de números. Enquanto o avanço tecnológico, a judicialização, os desperdícios, os erros de gestão e até mesmo as fraudes elevam os custos com saúde a níveis muitas vezes insustentáveis, enfrentamos também superlotação, burocracia no acesso a cuidados, longas filas de espera, desigualdade na distribuição de recursos e, sobretudo, pessoas adoecidas e mal cuidadas.
Empresas que adotam uma gestão de saúde corporativa orientada pelas práticas de ESG saem na frente. Ao construírem ambientes de trabalho mais saudáveis, promovem uma cultura organizacional que valoriza e reconhece as pessoas, estimula a produtividade e a colaboração, melhora resultados, retém talentos, reduz desperdícios, otimiza processos e fortalece sua reputação.
Num mundo altamente tecnológico, mas ainda marcado por profundas desigualdades, gerir com base em ESG não deveria ser apenas uma escolha, mas o único caminho possível. Uma gestão de saúde eficiente permite que a empresa supere barreiras, promova inclusão de forma concreta e garanta a sustentabilidade dos seus recursos.
O retorno, portanto, vai muito além do lucro: está também no impacto gerado sobre a vida das pessoas, sobre o planeta e sobre a própria organização.
Amanda Almeida, gestão de saúde da Géia Consultoria e corretora de seguros