A refinaria eslovaca Slovnaft suspenderá o fornecimento de diesel para a Ucrânia se o trânsito de petróleo russo via Ucrânia para a Eslováquia não for retomado em breve, disse o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, nesta segunda-feira.
A Ucrânia interrompeu recentemente o trânsito de petróleo da empresa Lukoil pelo oleoduto Druzhba para a Eslováquia e Hungria, tendo colocado a companhia russa em sua lista de sanções em junho. O Ministério da Economia da Eslováquia disse no início deste mês que as entregas de petróleo da Lukoil para a Eslováquia via Ucrânia já haviam secado.
Em uma mensagem de vídeo publicada no Facebook, Fico disse que “a implementação desta sanção sem sentido” só prejudicaria a Ucrânia, a Eslováquia e a Hungria. “Se o trânsito de petróleo russo via Ucrânia não for retomado em curto prazo, a Slovnaft, que cobre um décimo do consumo ucraniano, interromperá o fornecimento de diesel para a Ucrânia”, disse ele.
Em uma conversa telefônica na sexta-feira, Fico propôs uma solução técnica ao seu colega ucraniano, Denys Shmyhal, para resolver a disputa, que seu gabinete disse que exigiria a participação de vários países, incluindo a Eslováquia.
“Em nome da Eslováquia, repito que estamos prontos. Acolho com satisfação os relatórios que confirmam que as empresas comerciais relevantes já estão considerando como implementar esta solução técnica no menor tempo possível”, disse ele na mensagem de vídeo desta segunda-feira.
No mesmo dia, o ministro das Relações Exteriores e Europeias da Eslováquia, Juraj Blanar, disse após uma reunião com o embaixador húngaro, Csaba Balogh, que os dois países pediram em conjunto “ação imediata” da Comissão Europeia em relação aos suprimentos de petróleo interrompidos.
Na semana passada, Blanar e seu colega húngaro Peter Szijjarto apresentaram um apelo semelhante à Comissão Europeia, alegando que a decisão da Ucrânia de interromper o trânsito da Lukoil para a Eslováquia e a Hungria violava as disposições do Acordo de Associação concluído entre a União Europeia e a Ucrânia.
De acordo com o ministro eslovaco, a Comissão Europeia solicitou informações adicionais das partes relevantes. “A Comissão está adiando a questão, mas o povo da Eslováquia e da Hungria não pode esperar até que haja escassez de petróleo e, portanto, de combustível. Será tarde demais então”, disse, segundo a Agência de Notícias da República Eslovaca.
Agência Xinhua