O segundo semestre do ano começa em alta temperatura para os lados da Lagoa e não são apenas os atletas remadores dos Jogos Pan- Americanos que chegam para atrair a atenção dos amantes do esporte. Os apreciadores de artes plásticas, objetos antigos e curiosidades de diversos tipos e procedências também contribuirão para o aquecimento da área a partir deste sábado, dia 14, 16 horas, quando será iniciada a exposição do acervo que Valdir Teixeira conseguiu formar para desfazer ao bater do martelo. Espólios de famílias de bom gosto e tradição lideram o conjunto de peças a ser apresentado nas noites próximas de terça, quarta e quinta-feiras – 17, 18 e 19 deste julho -, na sinuosa Rua Sacopã, 9, ponto de destaque na Fonte da Saudade.
O desfile/venda da vez na casa de Valdir Teixeira tem atrativos não só para colecionadores brasileiros: visitantes estrangeiros que apareçam por lá terão muitos motivos para falar bem, de volta aos seus lares, da cidade que é abençoada pelo Cristo Redentor, uma das sete maravilhas do mundo atual. Vasos em pasta de vidro de Legras, um grupo escultórico Art Deco da Alemanha, peças ricamente trabalhadas em prata de diversas origens, imagens de devoção em madeira, encantadores pratos europeus para decoração, grupo de estatuetas de porcelanas, um delicado vasinho de Gallé e um vaso em cerâmica do Japão do século XIX, uma floreira em petit bronze e opalina e diferentes criações artísticas em marfim, eis alguns itens que podem virar lembranças de uma temporada no Rio de Janeiro.
E como sempre acontece nas apregoações de VT, pintura tem lugar garantido na Sacopã, 9 e comparece em trabalhos dos mestres Manoel Santiago (paisagens, uma cena de Paris da década de 30 e uma natureza-morta de magníficas cores), Bustamante Sá, Sylvio Pinto, Manabu Mabe, Carlos Scliar, além de outros autores, como o próprio Valdir, que foi discípulo dos mais aplicados de Santiago.
O Grande Leilão de julho de Valdir Teixeira não está na programação do Rio 2007, mas com certeza vai provocar fortes emoções.
Mais uma etapa
Vem aí mais um leilão resultante da massa falida de Bloch Editores, capitaneado pela pernambucana/carioca Teresa Brame, autorizada pela juíza Maria da Penha Nobre Mauro Victorino, da Quinta Vara Empresarial desta comarca. Serão apregoados no dia 24 deste mês, às 15 horas, no mini auditório do Fórum da Av. Erasmo Braga, 115 (hall dos elevadores), dezoito lotes de terreno situados no Parque Industrial de Santa Cruz, a 250 metros de distância da BR – 100 – Rio Santos. Com dimensões diferenciadas, todos os lotes apresentam aspecto regular, sem edificações, precisando de desmatamento ou uma boa capina. O lote 1, para exemplo de preço base, está avaliado em R$ 159.610,88 e o lote 11, em R$ 145.376,00. Alguns lotes estão em débito com o IPTU, informa o edital. Teresa Brame começará o pregão oferecendo os 18 terrenos pelo valor das avaliações, mas está preparada para ouvir a melhor oferta, caso não haja licitantes na primeira praça. Lances que possam ser considerados vis (muito abaixo da estimativa judicial) não serão aceitos pela leiloeira pernambucana. Quem dá mais?
Os ex-empregados da Bloch Editores (que tinha como carros-chefe a revista e o canal de TV denominados Manchete), aguardam ansiosamente o leilão público do prédio da Rua do Russel – onde funcionava a empresa (30 mil metros quadrados de área construída), que está avaliado em R$ 40 milhões.
Convite à leitura
Uma obra que certamente interessará a muita gente vai ser lançada a público neste próximo sábado, dia 14, a partir das 11h00, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, que fica na Praça da Luz, número 02. “São Paulo Artes e Etnias”, de autoria de Percival Tirapeli e Manoel Nunes da Silva (fotografia), é livro para informar a uns, dar conhecimento a outros e satisfazer a todos os que amam aquele grande pedaço do Brasil, para cuja formação e desenvolvimento contribuíram fortemente os emigrantes e os artistas, parte dos quais, reunia as duas condições. O convite para a apresentação do livro é da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e da Editora Unesp. Na foto, o quadro “Os Emigrantes”, de Antonio Rocco, óleo sobre tela, de cerca de 1910, que pertence à Pinacoteca.
Ledy Gonzalez