Os colombianos foram às urnas ontem e elegeram Gustavo Petro como presidente e Francia Márquez como sua vice. É a primeira vez em que a esquerda sobe ao poder no país.
Ex-guerrilheiro do grupo M-19, o economista é ex-senador da República pelo período 2018- 2022 e fundador do movimento político Colômbia Humana. Petro já tinha sido candidato à Presidência em 2010 e 2018.
Compondo a chapa, a também eleita Francia Márquez é a primeira vice-presidente negra do país.
Do outro lado, pela direita, concorria o empresário Rodolfo Hernández, que fez uma campanha focada no combate à corrupção apesar de enfrentar investigações de irregularidades.
Petro, ex-prefeito de Bogotá e atual senador, prometeu melhorar as condições sociais e econômicas de um país onde metade da população vive em alguma forma de pobreza. Ele é um ex-membro do movimento guerrilheiro M-19 e propôs uma ambiciosa reforma tributária de US$ 13,5 bilhões – equivalente a 5,5% do produto interno bruto da Colômbia – financiada por impostos mais altos sobre os mais ricos.
Já Hernández foi impulsionado por promessas anticorrupção, planos para encolher o governo e moradia para os pobres. No entanto, ele enfrenta uma investigação da Procuradoria-Geral por supostamente intervir em uma licitação de coleta de lixo, quando era prefeito de Bucaramanga, para beneficiar uma empresa para a qual seu filho fazia lobby. Hernández nega as acusações e apoiadores gostam de sua imagem anti-establishment.
O novo presidente da Colômbia receberá uma economia em crescimento, após profunda crise causada pela pandemia. PIB do país cresceu um recorde de 10,7% em 2021 e deve subir 6,5% em 2022. O déficit do governo deve atingir 5,6% do PIB, em comparação com uma meta anterior de 6,2%.
Para Denilde Oliveira Holzhacker, professora de Relações Internacionais e coordenadora geral do Programa de Pesquisa e Pós-graduação Stricto Sensu da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), “a vitória da esquerda na Colômbia é um importante marco para o país e consolida a visão de uma nova onda de governos progressistas na América Latina.”
Segundo ela, a pequena diferença com o segundo colocado e um Congresso sem controle da maioria dos parlamentares, coloca o presidente eleito em um grande desafio para a implementação de sua agenda de campanha.
“Construir uma agenda política de consenso será um importante passo, por outro lado, são grandes as expectativas para mudanças nas áreas sociais e de segurança pública. A Colômbia e o Chile serão importantes na liderança de uma esquerda latino-americana com políticas inovadoras e centradas nos desafios do século XXI, como desenvolvimento sustentável e melhores condições sociais e econômicas para as populações”.
Com informações da Agência Brasil, citando a Reuters; e do G1
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