Esqueçam o que eu disse

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Com o Brasil reduzido ao que Gramsci chamava de pequena política, resta aos eleitores a diversão de segunda linha de examinar as contradições e as performances dos políticos não-estadistas do país. No Rio, por exemplo, vai ser divertido ver o candidato do PT ao governo do estado, Vladimir Palmeira, defender o candidato do PMDB, senador Sérgio Cabral, depois de passar o primeiro turno demonizando o peemedebista. Já a candidata do PPS, deputada Denise Frossard, terá cerca de três longas semanas para explicar por que seu candidato a presidente da República, Geraldo Alckmin (PSDB), faz campanha ao lado de Anthony Garotinho, apontado por ela como a encarnação do “pior da política”.

Muito além do udenismo
Durante o debate de que participam, neste domingo, na TV Bandeirantes, Lula e Geraldo Alckmin terão a oportunidade de trocarem perguntas e/ou respostas por 72 vezes. Espera-se que, além das inevitáveis questões morais, aproveitem esse largo período de confronto direto para perguntarem e responderem sobre assuntos ainda mais indispensáveis para o futuro do país.
Como ambos se dizem comprometidos com o desenvolvimento do Brasil, uma questão se impõe desde já para testar o nível de aplicabilidade das suas promessas: como conciliar a proposta de crescimento acima de 5% ao ano com a manutenção de um aperto fiscal de 4,25% do produto interno bruto (PIB), que parece consensual entre os dois candidatos?
Além disso, ambos precisam dizer por que, sendo a conta de juros o principal passivo fiscal do país, responsável por um rombo de R$ 157 bilhões apenas ano passado, petistas e tucanos insistem em apontar os gastos não-financeiros como os principais objetos de cortes?
Mais importante ainda do que debater as políticas fiscal e monetária – pré-requisitos indispensáveis para garantir crescimento sustentável a qualquer país – Lula e Alckmin precisam explicitar se seu compromisso é tratar um gigante como o Brasil como um mero mercado ou como uma nação. Essa escolha tem implicações poderosas, não apenas no campo econômico e político, mas no imaginário da nação, que, como relembra, na edição de hoje do MM, o professor e economista da UFRJ Carlos Medeiros, trocou a noção – e a possibilidade – de país do futuro por um horizonte limitado que não consegue se ampliar muito além de metas de inflação, fruto de modelos econométricos abstratos.
Em outras palavras, Lula e Alckmin têm de dizer se pretendem manter o Brasil na trajetória de mediocridade em que se arrasta há uma década e meia, num crescimento médio de 2,2% ao ano, ou retomar a trajetória vivida entre 1930 e 1980, quando o país teve o quinto maior crescimento do mundo.

Meio ambiente
O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, Cláudio Langone, será o convidado de honra do seminário Governança e Sustentabilidade Ambiental, que a Câmara de Comércio Americana (Amcham) realiza, nesta segunda-feira, na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). No encerramento, a Amcham anunciará os cinco vencedores do Prêmio Brasil Ambiental 2006, que concorreram em cinco categorias. Foram inscritos cerca de 30 projetos, que foram avaliados por jornalistas da área de Meio Ambiente de jornais brasileiros.

Sonegador, eu?
Representantes de entidades setoriais e empresários que fazem parte do movimento pela flexibilização das Certidões Negativas de Débito (CNDs) rebateram a declaração do secretário-adjunto da Receita Federal, Paulo Ricardo de Souza Cardoso, que afirmara que a Receita não vai ampliar o prazo de validade das CNDs de seis meses para um ano, classificando essa reivindicação de “lobby de quem não paga imposto”.
“As empresas que têm problemas com as CNDs são justamente as que mais pagam impostos”, afirma Roberto Pasqualin, presidente da Força Tarefa de Tributação da Câmara Americana de Comércio (Amcham) e coordenador do Movimento pela Flexibilização das CNDs.

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Partidos
Caso se concretize a incorporação do Partido dos Aposentados da Nação (PAN) pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), para driblar as exigências da cláusula de barreira, teremos uma esdrúxula operação política. Nesse caso, o PAN, que, nas eleições, fez da defesa dos aposentados sua principal bandeira, seria engolido pelo PTB, que ajudou a aprovar a taxação de aposentados e inativos no governo Lula.

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