Esqueçam o que governamos

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“A crise do desemprego na qual o Brasil está mergulhado e a incapacidade do governo do Partido dos Trabalhadores de cumprir a promessa de campanha de gerar, em quatro anos, 10 milhões de vagas de trabalho (…)”. Assim começa a divulgação do Seminário Crescimento Econômico e Emprego, que será realizado no próximo dia 31, no Hotel Glória, no Rio de Janeiro pelo… PSDB.

Quem paga a conta
Um dos principais especialistas em contas públicas do país, o economista Dercio Munhoz, professor da Universidade de Brasília, ironiza em artigo intitulado “A nova e misteriosa caixa preta Fazenda/Banco Central” o consenso produzido na mídia em torno da aprovação da política econômica. Segundo Munhoz, quando se ouve as opiniões de diferentes setores do governo a situação da economia, parece que estamos em outro país. Essa sensação é fortalecida pelos elogios, repetidos nos últimos dez anos por funcionários do FMI e do governo dos Estados Unidos.
Ele observa que o contentamento desses palpiteiros externos se restringe à obediência de dois itens: os superávits primário e nas contas externas, ambos considerados essenciais para assegurar o principal objetivo de um governo nessas plagas: garantir regiamente em dia os pagamentos dos juros das dívidas interna e externas, que fazem a festa de rentista e especuladores.
Munhoz adverte, no entanto, que, a despeito, desse tipo de emulação, repetido internamente pela equipe econômica, que a manutenção da política de juros elevados e de aumento da carga tributária, fez o salários desabarem 12% “apenas em 2003, no primeiro ano da gestão Palocci/Meirelles, numa estratégia que, pelo rigor com que repete a política econômica de 1995-2002, deveria ser chamado simplesmente de Plano Real II.”.
E adverte que, a ser mantida, a atual política econômica, até o fim de 2004, a participação dos salários no PIB deverá recuar para 22%, contra 35,9%, em 1993, apenas um ano antes do Plano Real: “Um custo baixo para o país e para a população – diriam os cínicos “doutores” superempregados – números “desprezíveis” que atestariam o sucesso da dupla Malan/Palocci para garantir o ajuste fiscal e o controle da inflação. Como o mercado quer, como o mercado gosta. Da forma que interessava ao governo anterior e que motiva setores da atual administração”, ironiza o economista.

Paredão
O professor Fernando Cardim, da UFRJ, também acha que a equipe econômica está revivendo os tempos de FH: “Naquele período, a função do ministro da Fazenda era contar mentiras tipo “sei o que faço, as coisas estão sob controle”.” Para Cardim, que defende o controle de capitais, a questão do momento não é avaliar as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), mas quanto tempo o modelo atual vai durar: “Principalmente quanto à política monetária, estamos vendo a parede chegar, mas o governo apenas torce para que seja macia”, ironiza.

Rumo a Miami
O diretor geral da American Airlines, Erli Rodrigues, disse que, a partir de junho, a empresa norte-americana terá vôos diários do Rio de Janeiro para Miami. A nova freqüência responde à crescente demanda do público carioca pela cidade favorita de alguns brasileiros nos Estados  Unidos: “De junho em diante, a American Airlines  terá um total de 23 vôos semanais para os Estados Unidos, servindo, além de Miami, Nova York e Dallas.  Na verdade, são os três grandes hubs (portos), de onde se irradiam conexões para o mundo todo, da América Latina e Europa até o Extremo Oriente”, diz.

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Jamegão
Reconhecer uma assinatura ficará mais fácil para quem fizer o curso Grafoscopia, promovido pela Associação e pelo Sindicato dos Bancos do Rio de Janeiro, no próximo dia 31. Inscrições pelos telefones (21) 2253-1538 e 2203-2188 ou pelo e-mail [email protected].

Olho aberto
A proposta da China de canalizar para o setor de minérios e em soja os US$ 5 bilhões a que se dispõe investir no Brasil reatualiza antigo adágio popular que definia negócios da China como sinônimo de vantagem para o comprador. Ao se concentrar em dois setores estratégicos para garantir seu crescimento e alimentar a sua população, a China transfere a antiga definição para países que se limitam a exportar produtos primários e a comprar  mercadorias de maior valor agregado e até mil vezes mais caras.

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