Pela primeira vez em 2025, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) superaram, em maio, o Itaú (ITUB4) e a Vale (VALE3) em volume negociado, ocupando a segunda posição, de acordo com levantamento do DataWise+, da Bolsa de Valores.
A liderança ficou com a Petrobras (PETR4), pelo segundo mês consecutivo em 2025, enquanto Itaú (ITUB4) e Vale (VALE3) aparecem na sequência.
As 10 ações mais negociadas em maio na Bolsa de Valores incluem Bradesco (BBDC4), em quinto lugar, e a própria B3 (B3SA3), em sexto. Seguem JBS (JBSS3), a petrolífera Prio (PRIO3), Sabesp (SBSP3) e Localiza (RENT3).
Bank of America reduz recomendação para Bolsa
Na quarta-feira, o Bank of America (BofA) alterou sua recomendação para o mercado brasileiro de overweight (acima da média do mercado) para marketweight (neutra). Para Daniel Nogueira, da InvestSmart XP, a revisão “deve ser interpretada com atenção, mas não com pessimismo. Embora o banco destaque incertezas fiscais e a volatilidade das commodities, seguimos observando fundamentos sólidos que sustentam a atratividade da Bolsa brasileira”.
Ele lembra que outras casas e agências de rating também passaram a adotar uma postura mais estável em relação ao Brasil, o que pode ser entendido como uma normalização após o forte rali da Bolsa em 2025.
“Nos apoiamos em resultados consistentes: uma boa parcela das empresas brasileiras apresentou lucros sólidos no 1º trimestre, com boa geração de caixa e redução de alavancagem. A perspectiva de encerramento do ciclo de alta da Selic também favorece o cenário – o mercado projeta, no máximo, mais uma alta residual de 0,25 ponto percentual, caso venha a ocorrer, como sinalizado pelo próprio Copom”, explica Nogueira.
“Outro ponto de suporte é o fluxo estrangeiro, que já soma mais de R$ 25 bilhões no acumulado do ano. Ainda que esse montante represente apenas uma fração do potencial global, ele mostra apetite por ativos brasileiros em meio à busca por valor e diversificação. Vale lembrar que os impasses econômicos e políticos nos EUA, somados ao movimento concentrado nas ‘Magnificent Seven’ – as sete gigantes de tecnologia que dominam o S&P 500 – têm incentivado uma migração parcial de capital para emergentes.”
“Quando olhamos para a visão consolidada do mercado, entre 84 casas de análise acompanhadas, 58% recomendam compra, 39% estão neutras, e apenas uma casa mantém recomendação de venda. A média de retorno estimado para os próximos 12 meses gira em torno de 20%”, afirma o especialista.
“Portanto, este não é um momento de euforia, mas sim de alocação com critério e alinhamento ao perfil de cada investidor. Manter exposição – ainda que parcial – pode ser estratégico, já que sabemos que poucos pregões muito positivos costumam concentrar grande parte do retorno de longo prazo. Em outras palavras, o custo de ficar totalmente fora pode ser maior do que o desconforto de atravessar períodos de turbulência”, finaliza Nogueira.