Etanol, biodiesel e renováveis não são ideais para o Brasil atual

Premissas para justificar uso desses combustíveis são falsas

Para se desenvolver, o Brasil precisa de energia de qualidade e ao menor preço possível. No caso dos combustíveis (gasolina, diesel etc.), foi com este objetivo criada em 1953 a Petrobrás, obviamente contrariando interesses estrangeiros que tinham o objetivo de, não só lucrar, mas também controlar os preços internos, mantendo-os sempre elevados, dificultando o desenvolvimento nacional. Assim a Petrobrás iniciou suas atividades atuando no refino, importando petróleo que não tínhamos.

Foi na década de 1970, com a crise do petróleo, que o Brasil, com sérias dificuldades para obter divisas para importação, passou a incentivar a utilização do etanol como combustível.

Atualmente as principais justificativas para utilização do etanol (inclusive adicionado à gasolina) são:

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a) preocupação com o meio ambiente

b) crença numa futura escassez de combustíveis fósseis.

Julgamos que, no caso brasileiro, estas premissas são falsas. Primeiro, porque o Brasil tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, e mesmo utilizando combustíveis fósseis estaríamos mais bem situados do que a maioria dos países do planeta.

Segundo, porque, com a descoberta do pré-sal, o país dispõe de reservas de petróleo para muitas décadas de seu consumo.

O mesmo podemos dizer para o biodiesel e outros renováveis, todos mais caros que o combustível fóssil. Tais produtos podem ser utilizados para exportação, nos momentos em que os preços do petróleo estiverem elevados. Mas não para consumo interno no momento.

Lembramos que a China, cuja economia cresce a taxas de 5% a 10% ao ano, tem sua matriz energética sustentada pelo carvão mineral, muito mais poluente.

O Brasil precisa se desenvolver para atender as necessidades de seu povo.

Cláudio da Costa Oliveira é economista da Petrobras aposentado.

O autor grafa Petrobras com acento agudo no “a”.