Etanol teve alta principalmente nas suas regiões produtoras

Em setembro, elevação no Sudeste foi de 2% e no Centro-Oeste, de 1,9%

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Bomba em posto de combustível (foto de José Cruz, ABr)
Bomba em posto de combustível (foto de José Cruz, ABr)

Setembro apresentou um cenário misto para os combustíveis no Brasil. O etanol foi o destaque do mês, com alta média nacional de 1,5%, chegando a 2,2% nas capitais. Já a gasolina comum (-0,1%), a gasolina aditivada (-0,1%), o GNV (-0,3%), o diesel comum (-0,3%) e o S-10 (-0,2%) registraram quedas discretas no período.

Os dados fazem parte da mais recente edição do Monitor de Preço de Combustível, estudo mensal elaborado pela Veloe em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

A alta no preço do etanol aconteceu principalmente nas regiões que produzem esse combustível, como o Sudeste (2%) e o Centro-Oeste (1,9%), que puxaram a média nacional para cima. Um dos principais motivos foi a mudança na mistura de etanol na gasolina, definida pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que aumentou estruturalmente a demanda por etanol anidro. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) ajustou as especificações da gasolina, exigindo maior volume nos estoques e logística de abastecimento.

A mudança regulatória intensificou a demanda por anidro no curtíssimo prazo, aumentando a demanda por etanol anidro (o tipo usado na mistura), o que obrigou as usinas a ajustarem sua produção – dividida entre etanol anidro e hidratado – e a reorganizarem estoques e transporte. Esse cenário, junto com fatores como a safra e a escolha entre produzir açúcar ou etanol, pressionou os preços do etanol hidratado, especialmente nas regiões próximas às usinas do Centro-Sul, onde o transporte é mais barato e os preços reagem mais rápido. Como outros fatores, como câmbio, impostos e política de preços, ficaram estáveis, a nova regra acabou sendo o principal motivo da alta em setembro.

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Na análise regional dos preços dos combustíveis, o Acre apresentou o maior valor para a gasolina comum, com o litro sendo vendido a R$ 7,56, enquanto o menor preço foi registrado na Paraíba, a R$ 5,98. Para a gasolina aditivada, o cenário se repete: o maior preço foi novamente no Acre (R$ 7,60) e o menor no Piauí (R$ 6,06). No caso do etanol hidratado, o Amazonas apresentou o maior preço, com o litro a R$ 5,49, e o menor foi verificado em São Paulo, a R$ 4,12.

O Monitor de Preços de Combustíveis também traz o Indicador de Custo-Benefício Flex, que compara o preço do etanol com o da gasolina comum, levando em conta o rendimento de cada um nos carros flex. Em setembro de 2025, o etanol custava, em média, 72,3% do valor da gasolina nos estados e 72,7% nas capitais. Como esse percentual está acima do limite de 70% – ponto em que o etanol passa a ser mais vantajoso – a gasolina tem sido a melhor escolha na maior parte do país, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.

Considerando as tendências acumuladas ao longo de 2025 até o momento, os preços subiram para o etanol (4%), gasolina comum (1%) e gasolina aditivada (0,9%). Por outro lado, houve queda nos preços do diesel comum (-1%), diesel S-10 (-0,8%) e do GNV (-0,4%). Já no acumulado dos últimos 12 meses, todos os combustíveis registraram alta, com exceção do GNV, que teve recuo de 0,9%. Os aumentos foram de 5,1% para o etanol, 1,7% tanto para a gasolina comum quanto para a aditivada, 0,7% para o diesel comum e 0,8% para o diesel S-10.

Via Dutra teve a gasolina mais barata e Fernão Dias, o diesel mais em conta

Já de acordo com o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), o cenário de economia para os motoristas que transitaram pelas principais rodovias do Brasil (Régis Bittencourt, Presidente Dutra, BR-101 e Fernão Dias) apresentou novas configurações em setembro. A Rodovia Fernão Dias fechou o mês como a mais vantajosa para veículos a diesel, registrando os menores preços do País para ambos os tipos: R$ 5,91 para o comum, após alta de 0,17% em relação a agosto, e R$ 6,03 para o S-10, depois de recuo de 0,17%. Para os veículos leves, a Presidente Dutra foi a melhor opção, comercializando o etanol mais barato, a R$ 4,44 (1,60%), e a gasolina com a média mais baixa, a R$ 6,13 (0,49%).

Já a BR-101 seguiu, em setembro, apresentando os maiores preços médios para todos os combustíveis. Na rodovia, o diesel comum foi encontrado em média por R$ 6,12 (-0,16%) e o S-10 por R$ 6,25 (0,32%). A gasolina manteve a estabilidade de preço, sendo comercializada a R$ 6,38, e o etanol foi vendido a R$ 4,89, com uma leve alta de 0,20%.

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