‘Eu quero uma casa no campo…’

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Seguro rural. Foto: divulgação
Seguro rural. Foto: divulgação

Pesquisa da Datastore apontou aumento de 66,9% na intenção de compra de imóveis na área rural nos próximos 12 meses. Pandemia foi o fator fundamental para a busca por mais tranquilidade e contato com a natureza. O estudo traz números que comprovam o fortalecimento do setor, refletindo o desejo dos brasileiros na aquisição de imóveis no campo em diversas partes do país. Considerando o período de 24 meses, 2.751.096 famílias querem adquirir um imóvel. Quando analisada a tomada de decisão no curto prazo de 12 meses, essa intenção passa de 791,1 mil para 1,32 milhão. “Isso representa o incremento de 529,4 mil famílias interessadas em comprar propriedade na zona rural em 2021”, ressalta Marcus Araujo, CEO e fundador da Datastore.

O resultado da pesquisa leva a crer que esse crescimento na intenção de aquisição de imóvel está relacionado ao cenário de pandemia. “Trata-se de uma re-interiorização do Brasil, na qual as pessoas capitalizadas estão buscando locais com menos aglomerações e mais contato com a natureza, mas com fácil acesso à internet, onde possam manter suas atividades profissionais a distância, explica Marcus Araujo.

O movimento de migração vem acontecendo em todo o Brasil. Segundo o CEO da empresa, a procura por esses imóveis tem sido por famílias com renda acima de seis mil reais. Além da busca por mais qualidade de vida, existem outras razões que colaboram com o interesse de grande parte da população em viver no campo, como o fato de as taxas de juros estarem no menor nível da história para crédito imobiliário, mantendo o setor aquecido.

A Câmara dos Deputados aprovou no último dia 7, por maioria de votos, o regime de urgência para o Projeto de Lei 1.026/21, que determina o uso do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para a correção dos contratos de aluguel residencial e comercial. Atualmente, a Lei 8.245/91 prevê o uso do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), cuja taxa acumulada nos últimos 12 meses está em 31,1 %. Com a aprovação da urgência, o projeto poderá ser votado nas próximas sessões do Plenário.

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A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) considera que o PL pode trazer impactos negativos ao mercado imobiliário ao desestimular os investimentos no setor. Para entidade, o IPCA reflete a inflação do consumidor, ao qual é calculada por meio da cesta de consumo das famílias, e não está relacionada a negócios. Dessa forma, o IPCA é um índice indicado para ajustes salariais e não para aluguéis.

De acordo com dados levantados pela Abrainc, existem no Brasil cerca de 12 milhões de moradias alugadas, sendo que 75% dos locatários têm apenas um imóvel e o utilizam como fonte de renda para sobreviver. Em relação aos fundos imobiliários, existem atualmente mais de 200 fundos listados com cerca de 760 mil investidores como pessoas físicas, que dependem do pagamento de aluguel como complemento de renda. Outro dado nos mostra que o total de investimento na aquisição de imóvel como renda – incluindo escritório, imóvel industrial, shopping e hotéis – bateu a marca de R$ 23 bilhões em 2019.

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