A confiança do consumidor medida pelo Conference Board teve desempenho melhor do que o esperado em junho, com revisão na leitura anterior de nível e de composição:
Consumer Confidence: 98,1 (esperado: 91,5; anterior: 86,6, revisado para: 85,9)
Expectations: 106,0 (anterior: 96,9, revisado para: 97,6)
Current Conditions: 86,2 (anterior: 71,1, revisado para: 68,4)
O headline teve o melhor desempenho desde março, mas permanece visivelmente abaixo do que prevaleceu pelos últimos anos. O patamar atual é compatível com o observado em média ao longo de 2014-2015. Por dentro do índice, tanto expectativas como condições correntes avançaram de forma significativa no mês.
A data de conclusão da pesquisa foi 18 de junho.
Nos indicadores de mercado de trabalho, destaca-se o aumento em Jobs plentiful e a queda em Jobs hard to get, o que levou o diferencial de mercado de trabalho (indicador relevante) para -3, significativamente melhor do que o pior nível observado há dois meses de -15,7, O nível do indicador está, de qualquer forma, em patamares consistentes com o observado em 2015,
Em suma, o indicador mostra alívio na medida em que a economia americana sai paulatinamente do lockdown. A melhora nas expectativas e nos indicadores de mercado de trabalho são sinais positivos.
No entanto, a retomada de medidas de isolamento em diversos estados, consequência da expansão do surto em regiões anteriormente não afetadas tão severamente, deverá ter impacto negativo sobre a confiança do consumidor.
Acreditamos que na falta de uma solução definitiva para a crise de saúde, o movimento de reabertura será marcado por episódios de stop-and-go em diversos estados, o que pesará para uma retomada efetiva da economia. Como sempre ressaltado, a excepcionalidade desta crise (advinda da saúde e não da economia) ditará uma trajetória de retomada diferente da observada em outras crises enquanto a questão da saúde não for resolvida.
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Felipe Sichel
Estrategista-chefe do Banco Digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br