Os EUA ameaçaram a União Europeia com uma tarifa de 17% sobre produtos agroalimentares, em uma escalada comercial de última hora e às vésperas do prazo de 9 de julho dado por Donald Trump para que as taxas comerciais suspensas em abril entrem em vigor.
Segundo o “Financial Times”, se um acordo não for assinado até lá, Washington penalizará todas as importações da UE com uma tarifa de 20%. O objetivo de Trump seria arrancar de Bruxelas isenções regulatórias para grandes empresas norte-americanas e fechar o déficit comercial mantido entre as duas potências.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse na quinta-feira que estava confiante de que um “princípio de acordo” poderia ser alcançado, o que levaria a um acordo completo posteriormente. Entretanto, de acordo com o FT, o comissário de comércio Maros Sefcovic recebeu essas novas exigências da Casa Branca apenas ontem.
O ministro francês da Indústria, Marc Ferracci, assegurou que assinar um tratado com os EUA que inclua uma tarifa universal de 10% sobre as importações europeias “não é um bom acordo”, o que abriria a porta para a possível recusa da França em aceitar as condições de Trump.
“10% não é um bom acordo e todos nós devemos encontrar uma maneira de voltar à situação anterior negociando com os EUA”, explicou Ferracci em entrevista à Bloomberg.
“Para atingir esse objetivo, precisamos nos manter unidos, ser muito firmes em nossa resposta e realmente levar em conta o impacto real das tarifas sobre as cadeias de valor”, acrescentou, citando o exemplo do setor aeronáutico, no qual os impostos de 10% seriam um “pesadelo”.
Por outro lado, Ferracci indicou que o imposto francês sobre serviços digitais faz “sentido econômico e político”, razão pela qual recusou-se a renunciar a ele para chegar a um acordo, ao contrário do que outros países fizeram, como aconteceu recentemente com o Canadá.