O índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA ficou em 2,3% no comparativo anual em abril, o que implica uma desaceleração de um décimo de ponto percentual desde março e o menor desde fevereiro de 2021, de acordo com o Bureau of Labor Statistics do Departamento do Trabalho nesta terça-feira.
O índice subjacente, que exclui os preços de alimentos e energia devido à sua maior volatilidade, fechou o quarto mês de 2025 com um aumento de 2,8%, inalterado e o menor desde março de 2021.
Os preços dos alimentos aumentaram 2,8%, enquanto os produtos de energia ficaram 3,7% mais baratos em abril do que doze meses antes.
Em taxas mensais, a variável geral do CPI saiu do território negativo, aumentando 0,2% em comparação com a queda anterior de um décimo de ponto percentual, enquanto o núcleo do CPI aumentou um décimo de ponto percentual para 0,2%.
As leituras de abril podem condicionar a normalização da política monetária pelo Federal Reserve, já que o número principal indicaria um abrandamento da inflação, mas não o núcleo da inflação.
“Apesar do aumento de 0,2% no CPI em abril, é importante considerar que as recentes tarifas impostas, especialmente sobre produtos chineses, ainda não impactaram totalmente os preços ao consumidor. Empresas podem ter antecipado importações para evitar custos mais altos, adiando o efeito inflacionário. À medida que os estoques se esgotam e novas tarifas entram em vigor, é provável que vejamos uma pressão ascendente nos preços, o que pode desafiar a estabilidade econômica e influenciar as decisões futuras do Federal Reserve. O recente recuo de Trump em algumas frentes da guerra comercial com a China traz um alívio pontual, mas não elimina os riscos de médio prazo, já que o cenário segue instável e sensível a decisões políticas”, avalia João Kepler, CEO da Equity Group.
Já para André Matos, CEO da MA7 Negócios, “a leitura do CPI em 0,2% para abril, com a taxa anual em 2,3%, reforça a sinalização de que o processo de desinflação nos EUA está em curso, ainda que de forma gradual. A decisão do Fed de manter as taxas de juros inalteradas indica uma postura de espera, aguardando sinais mais claros sobre a trajetória da inflação e os impactos das tarifas comerciais. Para o mercado de capitais, esse dado abaixo do esperado pode reduzir a pressão por novos aumentos de juros, criando um ambiente mais favorável para ativos de risco. No entanto, com a volatilidade global alimentada por guerras comerciais e incertezas políticas, seguimos atentos aos próximos indicadores antes de ajustar nossas teses de investimento.”
Com informações da Europa Press
Leia também:
Carteira de crédito deve crescer 0,7% para empresas
Modalidade saiu de 10,2% para 10,6% em 12 meses
O conflito entre Irã e Israel e o impacto no preço do petróleo
Segundo Adriano Pires, a volatilidade do preço do petróleo está relacionada a questão geopolítica envolvendo Irã e Israel, mas não a demanda.
Fed não incluirá mais o risco de reputação nas análises de supervisão dos bancos
‘Mudança não altera a expectativa da diretoria de que bancos manterão um gerenciamento de risco sólido para garantir segurança e solidez’, diz BC dos EUA
BC: mercado prevê inflação de 5,24% e PIB de 2,21 em 2025
Focus projeta desvalorização do dólar, que fecharia o ano em R$ 5,72; para analista, ‘boletim desta semana reforça o cenário de cautela para os ativos de risco no país’
Um em cada quatro brasileiros deve usar Pix Automático para pagar contas básicas
Levantamento identificou que 48% veem a ferramenta como complemento ao uso do cartão de crédito; nova modalidade pode frear a crescente inadimplência
Trump Media aprova recompra de ações no valor de até US$ 347 milhões
Autorização seria financiada de forma independente e não alteraria a estratégia de tesouraria de bitcoin anunciada anteriormente pela empresa