Nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, por sua sigla em inglês) ficou em 2,4% em março, o que implica uma desaceleração de quatro décimos de ponto percentual desde fevereiro, de acordo com o Bureau of Labour Statistics do Departamento do Trabalho, nesta quinta-feira.
Por sua vez, o índice subjacente, que exclui os preços de alimentos e energia de seu cálculo devido à sua maior volatilidade, fechou o terceiro mês de 2025 com um aumento de 2,8%, três décimos a menos e sua marca mais baixa desde março de 2021.
Enquanto isso, os preços dos alimentos aumentaram 3% em relação ao ano anterior, enquanto os produtos de energia ficaram 3,3% mais baratos em março do que 12 meses antes.
Em taxas mensais, a variável geral do CPI caiu 1/10 de ponto percentual em comparação com o aumento de dois décimos em fevereiro, enquanto a taxa subjacente diminuiu 1/10 de ponto percentual para 0,1%.
As leituras de março podem facilitar a normalização da política monetária pelo Fed, já que tanto os dados básicos quanto os principais apontam para uma redução da inflação.
Segundo Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, “o CPI veio bastante positivo. Além de ter ficado abaixo do esperado, ele se aproximou ainda mais da meta de 2%. A projeção, que antes era de 2,8%, caiu para 2,6% e, na prática, foi de 2,4%. No comparativo mensal, houve uma queda de 0,1%, com recuos distribuídos em várias categorias ao longo de março.”
“Um ponto interessante é que, durante o mês, já observávamos uma queda significativa nos preços dos combustíveis nos EUA, mesmo que o mês tenha fechado em um patamar um pouco mais alto. Essa movimentação já apareceu no CPI de março e, considerando que abril tem mostrado quedas ainda mais acentuadas, a expectativa é de uma inflação ainda menor no próximo mês – o que aumenta a pressão para que o Federal Reserve corte os juros já na reunião de maio, já que os dados de abril estarão disponíveis antes.”
Ainda segundo ele, outro dado relevante foi o da categoria de moradia, que teve um crescimento de apenas 0,2% no mês e de 4% no ano – abaixo dos patamares anteriores. Jerome Powell, presidente do Fed, já afirmou que essa categoria precisa convergir para 3,5% para que haja maior controle sobre a inflação.
“No geral, a leitura foi bastante positiva, com recuos nos preços de transportes, medicamentos, carros usados e combustíveis. A única aceleração relevante foi nos alimentos, o que já era esperado, considerando que esse movimento começou antes no Canadá e no México – de onde os EUA importam grande parte dos alimentos. Em resumo, o CPI reforça a possibilidade de corte de juros pelo Fed. Isso está alinhado ao discurso da autoridade monetária: se não fosse pela guerra comercial, o caminho de redução dos juros seguiria sem maiores obstáculos, rumo à meta de inflação de 2%”, avalia.
Com informações da Europa Press
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