Bottom line – Nos EUA, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de abril apresentou variação acima do esperado tanto no headline (0,8% contra 0,2% esperado) como na leitura subjacente (0,9% contra 0,3% esperado). Este é o maior avanço mensal da leitura subjacente desde a década de 80 do século passado.
A surpresa no índice é inegável. No entanto, sustentamos que os próximos meses apresentarão forte volatilidade nos dados por conta da sedimentação do processo de reabertura. Para efeitos do Fed, a menos que haja sustentação da inflação acima de 2% por um período razoavelmente longo de tempo, o elevado desemprego deveria prevalecer na definição de política monetária.
Comentário – A alta do CPI foi disseminada subjacente foi disseminada, mostrando avanço tanto na parte de bens (+2%, forte avanço do 0,1% registrado no mês passado) como nos serviços (+0,5%).
Por dentro de bens, nota-se forte salto nos carros usados, que saltaram impressionantes 10% no mês e 21% YoY, contribuindo com quase um terço do avanço no índice mensal. Note-se que outras aberturas também tiveram leitura forte, especificamente vestuário (0,3%), veículos novos (0,5%) e bens médicos (0,6%).
Já por dentro de serviços, moradia segue acelerando com avanço de 0,4%. Isto por sua vez é compensado por serviços médicos que registraram 0% no mês.
O destaque fica por conta de transportes, impulsionado pelo tradicionalmente volátil grupo de passagens aéreas (10,2% no mês). Seguros desaceleraram depois da forte leitura do mês passado de 3,3% para 2,5%%.
A surpresa no índice é inegável. No entanto, sustentamos que os próximos meses apresentarão forte volatilidade nos dados por conta da sedimentação do processo de reabertura. Para efeitos do Fed, a menos que haja sustentação da inflação acima de 2% por um período razoavelmente longo de tempo, o elevado desemprego deveria prevalecer na definição de política monetária.
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Felipe Sichel
Estrategista-chefe do Banco Digital Modalmais