EUA e China se aproximam em prol das finanças sustentáveis

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EUA e CHina. CC
EUA e CHina. CC

É um “passo positivo” para o mundo o fato de os Estados Unidos e a China estarem cooperando em finanças sustentáveis no âmbito do Grupo dos Vinte (G20), afirmou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.

“Certamente ter as duas maiores economias cooperando em finanças sustentáveis é um passo muito positivo em um mundo que está se transformando, principalmente por causa das pressões que vêm dos riscos climáticos, e também para garantir que as questões sociais e ambientais estejam bem integradas nas estratégias de investimento”, disse Georgieva em entrevista exclusiva à agência Xinhua na terça-feira (13).

As declarações de Georgieva foram feitas depois que os ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20 concordaram na semana passada que o grupo de estudos de finanças sustentáveis será elevado para um grupo de trabalho de pleno direito, co-presidido pela China e pelos Estados Unidos. “O que esperamos é que o G20 defina um roteiro claro de como as finanças sustentáveis podem ser integradas de forma mais profunda aos sistemas financeiros”, disse.

Georgieva reiterou que o FMI apoia fortemente os objetivos imediatos da agenda de finanças sustentáveis do G20, citando relatórios padronizados e o papel das instituições financeiras internacionais nas finanças sustentáveis. “Claro que estaremos empenhados em fornecer suporte técnico conforme o trabalho avançar”, destacou.

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Clima

A mudança climática apresenta riscos proeminentes para a estabilidade financeira de duas maneiras, ou seja, riscos físicos e riscos de transição, disse Georgieva. Por um lado, os desastres naturais relacionados ao clima mais frequentes e devastadores já estão causando perdas financeiras e pressionando as instituições financeiras para que reconheçam e se protejam mais adequadamente contra esses riscos.

Por outro lado, à medida que as políticas mudam para um desenvolvimento resiliente ao clima e de baixo carbono, alguns setores se tornam menos atraentes para o financiamento e também apresentam alto risco na carteira de investidores, disse.

“O que o FMI está fazendo é usar um instrumento testado muito bem estabelecido, programas de avaliação do setor financeiro, para ajudar os países a identificar esses riscos e integrá-los em suas políticas do setor financeiro”, explicou.

Georgieva também elogiou o Banco Popular da China, o banco central chinês, por seus esforços para incentivar as instituições financeiras a apoiar investimentos verdes, ao mesmo tempo que atribui grande importância à qualidade desses investimentos.

“Estou muito feliz que o Banco Popular da China esteja muito sistematicamente engajado em fornecer uma boa orientação sobre padrões verdes. Além disso, está levando a sério o outro aspecto da transição para a nova economia climática, que são os riscos de estabilidade financeira relacionados ao clima”, disse.

No final do ano passado, os empréstimos verdes pendentes da China atingiram quase 12 trilhões de iuanes (US$ 1,84 trilhão), os mais altos do mundo, mostraram dados oficiais.

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