EUA e Irã trocam fogo, mas ataques limitados levam preço do petróleo a cair

Presidente dos EUA agradece Irã por ‘aviso antecipado’; preços do petróleo tiveram forte queda em Londres e NY

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Manifestação em Washington, EUA, contra guerra no Irã
Manifestação em Washington contra guerra no Irã (foto de Hu Yousong, Xinhua)

O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou que o Irã lançou, nesta segunda-feira, um ataque com mísseis contra uma base militar norte-americana no Catar em resposta aos recentes ataques aéreos dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas. Segundo Trump, os mísseis foram interceptados.

Ele descreveu a resposta como “muito fraca” e elogiou o Irã por fornecer “aviso antecipado”, o que, segundo ele, permitiu aos Estados Unidos evitar qualquer perda de vidas. O presidente dos EUA instou o Irã e Israel a buscarem “paz e harmonia” na região.

A resposta iraniana, que se somou a dúvidas sobre a efetividade do ataque direto dos EUA ao Irã, levaram os preços do petróleo a despencarem. O contrato do West Texas Intermediate (WTI) para entrega em agosto caiu US$ 5,33 (7,22%), fechando a US$ 68,51 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York. O petróleo Brent para entrega em agosto caiu US$ 5,53 (7,18%), fechando a US$ 71,48 o barril na Bolsa de Futuros ICE de Londres.

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Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, comenta que o dia começou com alta do dólar e quedas nas principais Bolsas de Valores europeias asiáticas, enquanto a Bolsa brasileira também operava em retração. “No entanto, ao longo do dia, a aversão a risco amenizou, e o petróleo reverteu sua trajetória, operando em queda forte até o fim da sessão. Essa mudança rápida nos preços do petróleo sinalizou uma reavaliação do mercado”, indicando que a retaliação iraniana “não visava diretamente a infraestrutura de petróleo, diminuindo o temor de uma disrupção severa e sustentada no fluxo global de energia”.

“Também influenciaram comentários da diretora do Federal Reserve (Fed), Michelle Bowman. Ela indicou que o momento para cortes na taxa de juros poderia estar se aproximando rapidamente, expressando preocupação com o mercado de trabalho e sugerindo um corte já na próxima reunião de julho, caso as pressões inflacionárias permanecessem contidas”, comentou Zogbi.

Mônica Araújo, estrategista de Alocação da InvestSmart XP, não espera mudanças nos preços dos derivados do petróleo no Brasil, já que a Petrobras, segundo ela, “indica que não internacionaliza volatilidade internacional, o que significa que antes de mexer nos preços dos combustíveis nas suas refinarias, espera que os preços se consolidem em algum patamar”.

As ações da Petrobras (PETR4) tiveram recuo de 2,5%, para R$ 32. A Bolsa de Valores brasileira caiu 0,41%, para 136.550,50 pontos.

As ações dos EUA fecharam em alta na segunda-feira. O índice Dow Jones Industrial Average subiu 0,89%, para 42.581,78 pontos; o S&P 500 avançou 0,96%, para 6.025,17; o Nasdaq Composite cresceu 0,94%, para 19.630,98 pontos.

O dólar caiu no final do pregão. O índice DXY, que mede a cotação da moeda norte-americana em relação a seis principais moedas, recuou 0,3%, para 98,411, às 19h GMT. No final do pregão de Nova York, o euro avançou para US$ 1,1574, ante US$ 1,1529 na sessão anterior, e a libra esterlina subiu para US$ 1,3521 dólar, frente a US$ 1,3465. No Brasil, o dólar fechou a R$ 5,503, queda de 0,4%.

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