O CPI, índice de preços ao consumidor dos EUA, de agosto registrou crescimento de 0,3% no headline (0,4% esperado) e 0,1% na leitura subjacente (0,3% esperado). Ou seja, o índice inflacionário veio abaixo do esperado tanto no headline quanto na leitura subjacente.
O número mostra o crescimento em setores específicos de bens e de itens de energia, bem como perda de ritmo de serviços subjacentes, o que deveria reforçar o debate sobre a transitoriedade da inflação.
Segue válida a perspectiva de tapering este ano conforme amplamente comunicado pelo Fed.
Por dentro do índice, alimentação no domicílio e fora do domicílio avançaram 0,4% em relação ao mês anterior. Destaque também para o crescimento do item de energia (2%), sendo gasolina o maior responsável com uma alta de 2,8% e serviços de energia acelerando para 1,1%. Em 12 meses, energia acumula alta de 25% e gasolina de 42,7%.
Na leitura subjacente, ao excluirmos alimentação e energia, o crescimento de 0,1% é o menor desde fevereiro de 2021. A parte de bens cresceu apenas 0,3%, registrando queda em relação ao mês anterior pela quarta vez seguida. Ainda, vestuários cresceram 0,4%, veículos usados avançaram 1,2% e veículos usados -1,5%. Desses, apenas vestuário cresceu em relação ao mês anterior.
Serviços subjacentes mantiveram-se flat (0% de variação). A abertura de habitação perdeu ritmo ao crescer 0,2% ante 0,4% do mês anterior. Serviços de transportes registraram o segundo mês consecutivo de queda (-2,3%), puxados principalmente por retração nas passagens aéreas (-9,8%), uma parte bastante volátil do índice. Por último, serviços de saúde mantiveram o crescimento de 0,3%.
Em suma, o número mostra o crescimento em setores específicos de bens e de itens de energia, bem como perda de ritmo de serviços subjacentes, o que deveria reforçar o debate sobre a transitoriedade da inflação. De toda forma, segue válida a perspectiva de tapering este ano conforme amplamente comunicado pelo Fed.
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Felipe Sichel
Estrategista-chefe do Banco Digital Modalmais