EUA sugam trilhões de dólares e elevam dívida global

Velha fórmula: aumento dos juros e exportação da crise para os demais países, que sofrem com peso da dívida

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Bandeira com dólar
Bandeira com dólar (ilustração Gerd Altmann, Pixabay)

De março de 2022 a março de 2024, aproximadamente US$ 2,9 trilhões em capital financeiro fluíram do resto do mundo para a economia dos Estados Unidos, principalmente por meio da compra de títulos dos EUA. O fluxo de trilhões de dólares foi puxado pelas mais altas taxas de juros em quase ¼ de século. A consequência é desastrosa para os demais países, com a dívida global se tornando um fardo ainda mais pesado.

Relatório da Unctad destaca “o aumento alarmante da dívida pública global, impulsionado por crises em cascata nos últimos anos. O crescente peso da dívida tem um impacto desproporcional nos países em desenvolvimento, uma vez que o seu serviço desvia recursos essenciais das suas aspirações de desenvolvimento”.

O aumento das taxas de juro globais desde 2022 sobrecarregou ainda mais os orçamentos públicos nos países em desenvolvimento. Os pagamentos de juros ultrapassam o crescimento das despesas públicas essenciais, como a saúde, a educação e a ação climática. “No mundo em desenvolvimento, onde vivem 3,3 bilhões de pessoas, 1 em cada 3 países gasta mais em pagamentos de juros do que nestas áreas críticas para o desenvolvimento humano”, destaca o estudo A World of Debt 2024.

Em 2023, a dívida pública global, incluindo as dívidas interna e externa dos governos, atingiu US$ 97 trilhões, um aumento de US$ 5,6 trilhões em apenas 1 ano. Para piorar, a dívida pública nos países em desenvolvimento está aumentando em ritmo 2 vezes superior ao dos países desenvolvidos.

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Em 2023, a dívida pública nos países em desenvolvimento atingiu US$ 29 trilhões, representando 30% do total global. Isto representa um aumento substancial em relação aos 16% em 2010.

O aumento das taxas de juro praticadas pelos bancos centrais em todo o mundo desde 2022 teve um impacto direto nos orçamentos públicos dos países em desenvolvimento. Os pagamentos líquidos de juros da dívida pública atingiram US$ 847 bilhões em 2023, um aumento de 26% em relação a 2021.

Mais de metade dos países em desenvolvimento gastam ao menos 8% das receitas públicas com pagamento de juros, um número que duplicou na última década. A pressão crescente é substancial em todas as regiões, especialmente em África, na América Latina e no Caribe.

À espera do Fed

O Banco Central Europeu (BCE) reduziu a taxa de juros nesta quinta-feira. Denotando a importância da Europa na atualidade, o mercado financeiro nem se mexeu.

Rápidas

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1 COMENTÁRIO

  1. Apenas um reparo que ocorre em alguns artigos. O excesso de eufemismos. Na atual conjuntura internacional , os chamados países em desenvolvimento, na verdade, são países subdesenvolvidos.

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