Nos EUA, as vendas no varejo subiram 1% em julho em relação ao mês anterior, para US$ 709,7 bilhões, segundo dados divulgados hoje pelo Departamento do Comércio.
Excluindo-se automóveis, as vendas no setor varejista americano tiveram aumento de 0,4% no confronto mensal de julho.
Os dados gerais de vendas de junho ante maio foram revisados para baixo, de estabilidade para queda de 0,2%, mas o do resultado sem automóveis teve revisão para cima, de acréscimo de 0,4% para ganho de 0,5%.
O resultado superou a expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam alta de 0,3% no período.
Segundo o Money Times, “economistas consultados pela Reuters previram que as vendas no varejo, que estão em sua maioria de mercadorias e não são ajustadas pela inflação, avançaram 0,3%, após terem sido relatadas anteriormente como inalteradas em junho. Sinais de que a demanda não está em colapso podem levar os mercados financeiros a reduzir as expectativas de um corte de 50 pontos-base na taxa de juros no próximo mês. As chances continuam a favorecer uma redução de 25 pontos-base, com a inflação subindo levemente em julho.”
Quanto ao seguro-desemprego, a queda recente nos pedidos desafia previsões de uma desaceleração econômica severa.
Para José Alfaix, economista da Rio Bravo, “a queda dos pedidos de seguro-desemprego ajuda a arrefecer a narrativa de um ‘hard landing’ nos EUA.
“Vimos os impactos causados pela surpresa baixista da folha de pagamento não agrícola serem atenuados nas semanas seguintes, com dados de atividade mostrando que talvez houvesse um exagero nas reações do mercado. E hoje, os números de pedido seguro-desemprego e vendas no varejo também transmitiram segurança. Com a retomada da narrativa de um pouso suave na economia norte-americana, vimos o dólar recuar nos últimos dias, e mais conservadorismo nos próximos cortes do Fed, com as precificações de 50bps perdendo força. A estabilidade auxilia os ativos domésticos, com o câmbio mais controlado, e possibilidade de focar nos fatores internos que tem pressionado a narrativa de maiores aumentos na Selic. Mesmo com o cenário externo nos ajudando, a perspectiva de juros mais longos, por mais tempo, favorece o diferencial competitivo dos ativos de renda fixa, especialmente os títulos pós-fixados.”
Já de acordo com Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, “os pedidos de seguro-desemprego vieram abaixo da expectativa, com 227 mil novos pedidos, em comparação à projeção de 236 mil. Este dado, revisado para baixo em relação à leitura anterior, sinaliza um mercado de trabalho ainda robusto, o que traz algum alívio imediato ao mercado. No entanto, essa resiliência pode também implicar que o Federal Reserve manterá sua postura de cautela em relação ao corte de juros em setembro, uma vez que a economia americana ainda não demonstra sinais claros de desaceleração. Corte em setembro deve ser de 0,25% e não de 0,50%. Para o Brasil, esses dados reforçam a expectativa de que o Banco Central possa adotar uma postura mais conservadora em relação à taxa Selic, possivelmente mantendo ou até elevando os juros até o final do ano. Setores como o de consumo e varejo, que são mais sensíveis a oscilações na taxa de juros, podem sofrer mais com essa incerteza, enquanto o setor de exportações pode se beneficiar de um real mais competitivo se a inflação continuar pressionada. Nesse cenário, é recomendável que os investidores busquem alternativas que ofereçam proteção contra a volatilidade e oscilação da taxa de juros. Produtos de renda fixa, como os FIDCs disponíveis no portfólio da Multiplike, são uma excelente opção. Esses fundos oferecem retornos atrelados ao CDI ou ao IPCA, proporcionando segurança e rentabilidade em um ambiente de incertezas econômicas.”
Com informações do Uol, citando o Estadão; e do Money Times, citando a Reuters
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