A quantidade de gás natural liquefeito (GNL) russo importado pela Europa bateu recorde em 2024, informou a empresa de consultoria e análise Rystad Energy, de acordo com o jornal britânico The Guardian. A notícia revela que os países europeus continuam dependentes do fornecimento da Rússia, apesar das sanções impostas pelos Estados Unidos que levaram a uma forte nas importações de gás russo canalizado.
Os portos europeus receberam 17,8 milhões de toneladas de GNL da Rússia em 2024, 2 milhões de toneladas acima do fornecimento de 2023. Em termos de volume, a Europa importou 49,5 bilhões de metros cúbicos (bmc) de gás russo por meio de gasodutos e 24,2 bmc em GNL, disse Jan-Eric Fähnrich, analista de gás da Rystad Energy citado pelo jornal britânico. Algumas dessas importações foram revendidas para outros países.
No ano passado, a Rússia tomou do Catar o segundo lugar em suprimento de GNL para a Europa. O maior fornecedor são os Estados Unidos, que ganharam mercado para seu produto com as sanções aos russos por conta da guerra na Ucrânia.
Dados do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (Crea), que diferem ligeiramente dos da Rystad, mostraram que a União Europeia importou da Rússia € 7,32 bilhões em GNL, um aumento de 14% em volume. Como a Europa promete impor mais restrições ao gás e petróleo russos em março, parte do aumento das importações podem ser uma antecipação de compras antes das sanções.
Na virada do ano, a Ucrânia encerrou contrato que permitia o trânsito de gás natural russo para a Europa por meio de gasodutos que passam em território ucraniano. O país perderá cerca de € 800 milhões, aproximadamente 0,5% do PIB (indicador da economia) ucraniano.