A semana, de agenda econômica fraca por aqui, começa com expectativas em torno do calendário político: além do provável detalhamento do texto da reforma tributária, o mercado observa com especial atenção os depoimentos esperados para os próximos dias na CPI da Covid-19, em particular dos ex-ministros Ernesto Araújo, na terça; e Eduardo Pazuello, na quarta-feira. Além disso, em meio às crescentes preocupações com a volta de uma inflação global, a ata relativa à última reunião do Fed, que será divulgada também na próxima quarta, ganha especial atenção por trazer a avaliação da autoridade monetária norte-americana sobre este movimento.
E, falando em volta de inflação, a segunda-feira começa repercutindo os dados da economia chinesa divulgados no final de semana: a produção industrial do país saltou 9,8% em abril em base anualizada, resultado que superou os 9,1% esperados e confirmou a retomada do país asiático. As vendas no varejo, embora tenham ficado abaixo das expectativas (24,9%), cresceram 17,7% em base anualizada, enquanto os investimentos em ativos fixos cresceram 19,9% no período entre janeiro e abril.
Ainda na agenda, resultados corporativos seguem no radar, hoje. A Cosan (CSAN3) apresentou crescimento nas principais linhas do balanço, com evolução em todas as linhas de negócio. Vale destacar o consumo de caixa de R$ 3,8 bi nesse trimestre, mas o principal efeito veio da amortização de dívidas de R$ 5,7 bilhões. A Rede D’Or (RDOR3) apresentou um bom resultado, com evolução de 43% na receita líquida na comparação anual, continuando sua trajetória de forte crescimento. A companhia ainda apresentou ganhos de margem, com Ebitda ajustado saltando 95% e o lucro líquido 254%. Por outro lado, tanto a CVC (CVCB3) quanto a Enjoei (ENJU3) apresentaram prejuízo nesse primeiro trimestre. A CVC com uma melhora de 92% ainda em relação ao 1T20, mas a Enjoei com deterioração, já que havia apresentado lucro de R$ 958 mil há um ano. Fechando a temporada de balanços, hoje temos Gafisa (GFSA3) e Linx (LINX3) após o fechamento do mercado.
Nesta manhã, o comportamento era negativo nas principais Bolsas europeias, já que se por um lado os números da economia chinesa agradam por mostrar a retomada da economia, por outro preocupam por conta da inflação. Há pouco, Frankfurt cedia 0,80% e Londres operava em queda de 0,66%.
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Helena Veronese
Economista-chefe da Consulenza