A Justiça do Peru condenou o ex-presidente Ollanta Humala (2011-2016) e sua mulher Nadine Heredia a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro em detrimento do Estado no caso de financiamento ilegal do Partido Nacionalista Peruano durante as campanhas eleitorais de 2006 e 2011.
Essa decisão foi proferida pelo juiz da Suprema Corte, Nayko Coronado, e espera-se que Humala seja transferido para a prisão de Barbadillo, localizada em Lima, onde o ex-presidente Alejandro Toledo e o ex-presidente Pedro Castillo, que está preso preventivamente aguardando julgamento, estão cumprindo suas penas.
Durante a leitura da sentença, o juiz Coronado declarou que o casal cometeu o crime de lavagem de dinheiro, agravado pela contribuição irregular de fundos do regime do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez. O irmão de Heredia, cujo paradeiro é desconhecido, foi condenado a 12 anos.
Todas as sentenças devem ser reduzidas pelo tempo que os condenados passaram em prisão preventiva. No caso de Humala e Heredia, esse período foi de apenas nove meses, portanto eles terão que cumprir suas sentenças até o final de julho de 2039, de acordo com a estação de rádio peruana RPP.
Quatro outras pessoas também foram condenadas no caso e sentenciadas a penas que variam de quatro a oito anos de prisão. Entre eles estão a mãe da ex-primeira-dama, Antonia Alarcón, e um amigo, que receberam dinheiro da Venezuela em suas contas para a campanha eleitoral.
Além disso, o tribunal impôs uma multa de cerca de 53.500 soles (cerca de R$ 84 mil) ao Partido Nacionalista Peruano por “ter sido instrumentalizado”, enquanto o casal deve pagar uma reparação civil conjunta de cerca de 10 milhões de soles (R$ 15.734.300) em favor do Estado peruano.
Os promotores haviam pedido penas de 20 e mais de 26 anos de prisão para Humala e sua esposa, respectivamente, por lavagem de dinheiro e por não declarar os mais de US$ 3 milhões que recebeu da construtora Odebrecht para a campanha eleitoral de 2011, na qual ganhou a Presidência do Peru.
A ex-primeira-dama partiu na madrugada de hoje para o Brasil, onde recebeu asilo político.
Isso foi reconhecido pelo seu advogado, Julio Espinoza, em declarações à estação de rádio peruana RPP, onde ele disse que a ex-primeira-dama e ex-líder do Partido Nacionalista Peruano (PNP) deixou o país em avião oficial do governo brasileiro.
De acordo com Espinoza, Nadine Heredia estava acompanhada por funcionários do Itamaraty, que haviam viajado para o Peru algumas horas antes. A ex-primeira-dama está acompanhada de seu filho de 15 anos e, até chegar a um aeródromo em El Callao, estava refugiada na embaixada do Brasil em Lima.
Na noite de terça-feira, o governo brasileiro concedeu asilo político à ex-primeira-dama peruana e a seu filho Samín de acordo com a Convenção de Asilo Diplomático de 1954, “da qual ambos os Estados são partes”.
Matéria atualizada às 12h13 para acrescentar dados sobre asilo da ex-primeira-dama
Com informações da Europa Press e da Agência Brasil, citando a Reuters