Por excesso de confiança, 60% da Geração Y caem em golpes virtuais

Estudo é da Kaspersky; já segundo Febraban, mesmo assim, pessoas com mais de 60 anos estão entre as principais vítimas de fraudes

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Código binário (Foto: Carsten Mueller/Freeimages)
Código binário (Foto: Carsten Mueller/Freeimages)

Estudo da Kaspersky revela dados sobre a discrepância entre a percepção e a realidade do comportamento digital dos Millennials (também conhecida como Geração Y: pessoas nascidas entre o início da década de 1980 e meados da década de 1990): o excesso de confiança os está transformando em vítimas de golpes online. De acordo com a pesquisa, 60% dos entrevistados afirmaram ter caído em algum tipo de armadilha digital, como perfis falsos, catfishing (enganos amorosos nos quais alguém se faz passar por outra pessoa) ou fraudes financeiras.

A pesquisa Reality Check aponta que 71% dos Millennials se consideram “gurus de TI” de suas casas, ou seja, a referência tecnológica para familiares e amigos. No entanto, essa autopercepção não se traduz em hábitos digitais seguros: sete em cada 10 admitem que nem sempre verificam a autenticidade das pessoas com quem interagem online.

O estudo, realizado em oito países (EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Grécia, Sérvia e Espanha), alerta sobre a dependência emocional e a validação digital. Cerca de 45% dos Millennials compartilham eventos importantes de suas vidas, como términos de relacionamento, mudanças ou promoções em redes sociais antes de contá-los aos seus entes queridos. Apesar de 68% afirmarem ter se tornado mais cautelosos com relacionamentos digitais, 44% ainda confiam cegamente nas informações compartilhadas dentro de suas comunidades online. Essa combinação de autoconfiança excessiva e baixa verificação cria um terreno fértil para a manipulação, a desinformação e as fraudes, segundo a Kaspersky.

Segundo pesquisa recente da Radar Febraban, da Federação Brasileira de Bancos, o índice de golpes ou tentativas de fraudes no Brasil aumentou de 33%, em setembro de 2024, para 38% em março de 2025. Ainda segundo a pesquisa, as pessoas mais suscetíveis são os homens (44%); e aqueles com 60 anos ou mais (42%).

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Os fraudadores frequentemente utilizam estratégias que exploram o senso de urgência ou a promessa de vantagens extraordinárias para enganar as vítimas.

Entre os golpes mais comuns, destaca-se a falsa central de atendimento. Golpistas entram em contato simulando chamadas ou mensagens de bancos para obter informações sensíveis ou induzir transferências financeiras. É importante lembrar que bancos nunca solicitam dados bancários, selfies ou transferências por telefone, SMS ou WhatsApp. Em caso de abordagem suspeita, encerre imediatamente a ligação e acesse o banco pelos canais oficiais.

Outro golpe muito comum é o do falso brinde ou falsa atualização cadastral. Fraudadores se passam por entregadores e abordam as vítimas em suas casas alegando que ganharam um brinde e precisam tirar uma foto para comprovar o recebimento. Ou se passam por agentes de saúde ou representantes do INSS dizendo que precisam fazer a foto para atualização cadastral ou prova de vida, realizando o reconhecimento facial das vítimas, usando essas informações para acessar contas bancárias ou realizar empréstimos sem o consentimento do titular.

Com o avanço da biometria, que é uma importante aliada dos processos de segurança para evitar fraudes, os golpistas estão realizando cada vez mais golpes pedindo fotos do rosto.

O golpe do WhatsApp também está em alta. Os criminosos usam imagens reais de funcionários e o logotipo da instituição para criar um cenário de confiança. Depois, dizem que há um problema com a conta bancária da vítima, oferecem empréstimos com condições tentadoras ou solicitam ações imediatas. O objetivo é acessar essa conta, realizar transações indevidas ou solicitar depósitos via Pix, como se fossem pagamentos legítimos.

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