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O lobby dos estaleiros sul-coreanos no Brasil sofreu um duro golpe com as rachaduras do navio carregado com 385 mil toneladas de ferro, no Maranhão. O fato de o navio ser recém-entregue diz muito sobre as supostas vantagens das indústrias estrangeiras sobre os similares nacionais, pregadas pelos lobistas.

Reescrevendo a história
Um marciano que chegasse ao Brasil, segunda-feira, e lesse apenas a imprensa esportiva do Rio de Janeiro, principalmente, os folhetins popularescos, chegaria à conclusão de que o campeão brasileiro fora o… Flamengo! Noves fora a jocosidade inerente às torcidas, parte essencial da gramática do futebol, acompanhar como o jornalismo esportivo transforma o quarto colocado, a dez pontos do campeão Corinthians, no grande vencedor da última rodada, em contraponto a um Vasco, “mais uma vez vice”, ajuda a entender como a imprensa representa os fatos a partir de uma visão muito singular e de interesses muito bem demarcados.

Emblemático
Por ser uma área em que o paradigma da objetividade que rege a profissão se permite um maior relaxamento do que em outras editorias, o jornalismo esportivo permite entender, não um ponto fora da curva da cobertura da imprensa, mas perceber, de modo explícito, o que ocorre, de forma encoberta em outras seções, como as de economia e política.

Pode baixar
“Pode baixar os juros o tanto que você quiser. O juro não é para a poupança, mas para a especulação e para o rentismo. A poupança é para os pobres. Não é possível manter uma taxa de juros tão disparatada quanto a nossa. Assim é impraticável. Uma maneira de combater o déficit público é baixar os juros. Praticamente todo o déficit do Brasil é com juros. Nós temos superávit primário. O déficit nominal é todo resultante de juros. Tem que baixar.” A afirmação, enfática, em conforme com o estilo da autora, é a economista Maria da Conceição Tavares, em entrevista ao site da Agência Carta Maior.

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Pelos ares
Do engenheiro Cristiano Prado, do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico (Ilumina), defendendo a prorrogação da concessão das estatais do setor elétrica, alvo de lobby de entidades empresariais: “Com o setor privado, boeiros explodem, o fornecimento é dúvida e as tarifas dispararam sem razão técnica visível.”

Padrão explosivo
D”Araujo alertou ainda, em palestra no Clube de Engenharia, no Rio, para o risco de novo processo de privatizações no setor elétrico.  “Após o racionamento, as tarifas subiram entre 26% e 30% em função da receita perdida pelas distrituidoras, mas, para as estatais, embora sejam obrigadas a gerar energia, por lei, seus preços foram mantidos fixos por oito anos.” Essa descapitalização, segundo D”Araujo, fará as estatais entrarem em desvantagem no processo de renovação das concessões no setor.

Livre para voar
Nesse processo, lembra o engenheiro da Coppe, trocaram-se hidrelétricas baratas por térmicas caras: “Pernambuco, por exemplo, descontratou energia hidrelétrica das estatais para comprar das térmicas pagando três vezes mais”, acrescentou, informando que a volatilidade dos preços no “mercado livre” – mecanismo que fez dispararem as tarifas – chega a 170%, enquanto nos países nórdicos, a média não supera os 30%: “Isso é fatal para o planejamento”, resume D”Araújo.

Efeito UPP
A Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou emenda do deputado Paulo Ramos (PDT) no valor de R$ 500 mil para aquisição de 32 câmeras para controle de cinco acessos da Região Oceânica de Niterói. Muitos bandidos em fuga das UPPs estão indo para a antiga capital do estado e para municípios do Interior. É um dos efeitos da ocupação das favelas sem prisões.

BB no morro
O Banco do Brasil inaugura nesta quinta-feira, com direito a presença do governador Sérgio Cabral (PMDB), agência na Rocinha.

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