Um verdadeiro Natal para as lojas especializadas em chocolate, a Pascoa também passou a ser uma grande oportunidade para o comércio em geral, que vem apostando nos últimos anos na venda de outros produtos além de chocolate, atraindo a atenção não apenas das crianças, mas também dos adultos, dos casais e dos namorados.
De acordo com estimativa do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (SindilojasRio), o comércio varejista espera um aumento do 1% nas vendas para a Páscoa, a primeira data comemorativa do ano para o setor. No ano passado, no início da pandemia, o comércio amargou uma queda de 38% nas vendas derrubando todas as previsões de crescimento do setor para a Páscoa.
Para os comerciantes dos setores de brinquedos, vestuário (adulto e infantil), calçados e bolsas, papelaria, perfumaria e cosméticos, joias e bijuteria, eletrodomésticos, utensílios para o lar e telefones celulares a Páscoa passou a ter um novo sabor para o varejo, não se restringindo apenas aos ovos de chocolate e caixas de bombons.
Segundo Aldo Gonçalves, presidente do CDL-Rio e do SindilojasRio, nos últimos anos, “o comércio passou a apostar na Páscoa como um novo filão de vendas, oferecendo outros produtos além de chocolates, como bichos de pelúcia, brinquedos, jogos eletrônicos, cartões criativos e kits montados nas papelarias ao gosto do cliente, roupas (infantis e de adultos), joias e bijuterias entre outros artigos, atraindo a atenção não apenas das crianças, mas também dos adultos, dos casais e dos namorados”, explica Aldo.
Já estudo da Kantar apontou que o desempenho das vendas na Páscoa depende da retomada do auxílio emergencial e do comércio eletrônico.
Segundo o levantamento, intitulado Consumer Insights, em 2020, quando as medidas de distanciamento social começavam a vigorar, a queda na penetração de itens de Páscoa foi de 16 pontos percentuais em relação a 2019, representando aproximadamente 9 milhões de domicílios que abandonaram o evento. Este ano, diante de um cenário semelhante e com algumas incertezas como a retomada do auxílio emergencial e a possibilidade de restrição de horário de funcionamento de supermercados, o desempenho do setor no período pode se repetir.
Ano passado, o gasto médio nos lares que receberam o auxílio emergencial do governo, na categoria de chocolates, foi 8% maior do que naquelas que não receberam auxílio, o que possibilitou o acesso de algumas famílias a produtos mais premium.
Seguindo a tendência registrada, os ovos de chocolate podem voltar a ser o destaque positivo em volume e vendas na Páscoa este ano, já que as categorias de chocolate regular (barras de chocolate) e de presentes apresentaram queda em 2020.
“O que se viu foi o aumento de consumo de ovos de chocolate em lares com crianças e uma diminuição substancial nos sem. Além disso, com a impossibilidade de celebrar com pessoas de fora do convívio do lar, houve uma queda brusca nas ocasiões de presente”, comenta Bruno Machado, gerente sênior de Contas da Kantar.
Ovos de chocolate artesanais também devem manter bom desempenho este ano. Em 2020 a Kantar registrou 600 mil novos domicílios comprando esses produtos.
Com lojas físicas fechadas, o comércio eletrônico torna-se essencial para o comércio neste momento de restrições mais duras da pandemia. Em 2020, cerca de 7,5 milhões de domicílios compraram bens de consumo massivo (FMCG) no universo online, sendo aproximadamente 2,3 milhões de novos lares somente no segundo semestre, e o segmento terminou o ano alcançando 12,9% dos lares brasileiros. Diante disso, Machado ressalta que “o comércio online será muito relevante para os varejistas na Páscoa deste ano”.
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