Ifo: expectativas melhoram no Brasil, mas piora clima econômico na AL

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O indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina (ICE) – elaborado em parceria entre o instituto alemão Ifo e a FGV tendo como fonte de dados a Ifo World Economic Survey (WES) – recuou de 79 pontos para 74 pontos entre julho e outubro de 2016, interrompendo a trajetória de alta iniciada em janeiro deste ano. O resultado reflete a combinação de queda de 10 pontos do Indicador da Situação Atual (ISA) e estabilidade do Índice de Expectativas (IE).
O clima econômico da América Latina caminhou em sentido contrário ao da média mundial: entre julho e m outubro, o ICE Mundial avançou cinco pontos, retornando ao patamar de abril passado (100 pontos). No mesmo período, o IE mundial subiu de 98 para 108 pontos, enquanto o ISA ficou estável na zona desfavorável do ciclo, em 92 pontos.
A melhora do ICE Mundial está associado aos resultados dos países desenvolvidos, com destaque para EUA, o bloco da União Europeia e o Japão, todos com clima econômico favorável. No grupo dos Brics, todos os países registraram melhora do clima econômica, mas permanecem na zona de avaliação desfavorável. A exceção é a Índia, com pequena queda do ICE na margem, mas ainda na zona favorável (131 pontos). Logo, a Sondagem aponta uma recuperação, ainda que lenta, da economia mundial, liderada pelos países desenvolvidos.
A pesquisa foi realizada em outubro e incluiu uma questão sobre o possível impacto no clima econômico da eleição presidencial nos EUA. No caso de Trump ganhar, o impacto no mundo seria negativo (-43%) e na América Latina, o efeito ainda seria pior (-62%). Se Hillary Clinton fosse eleita, o impacto seria positivo: 5,9% e 29%, respectivamente. Na próxima sondagem de janeiro, quando já tiverem sido anunciadas as medidas do novo presidente, será possível avaliar se as expectativas negativas irão se confirmar.
A ponderação para se chegar aos resultados regionais da pesquisa é determinada pela corrente de comércio (exportações + importações). Por este critério, o México tem o maior peso na América Latina, com 45% do total, seguido do Brasil, com 21%. Por isso, a queda expressiva do ICE do México em outubro, de 74 para 57 pontos, foi o principal fator a influenciar na queda do indicador da região, mais que compensando a alta do ICE brasileiro, de82 para 90 pontos. Os outros países com queda no ICE (Bolívia, Colômbia e Paraguai) somam apenas 7% da corrente de comércio da região.
O clima econômico do Brasil melhorou pelo quarto trimestre consecutivo liderado pela alta no indicador das expectativas, já que desde julho de 2015, o indicador da situação atual está no nível mais baixo da avaliação da Sondagem (20 pontos). Continua, portanto, à espera de resultados que se traduzam na melhora efetiva das condições econômicas. Além do Brasil, em outubro o clima econômico melhorou na Argentina, Chile, Equador, Peru, Uruguai e Venezuela.
Os indicadores da situação atual melhoraram em quatro países (Argentina, Equador, Peru e Uruguai), pioraram na Bolívia, Chile, Colômbia e México, e ficaram estáveis no Brasil, Paraguai e Venezuela. Apenas três países estão na zona favorável do ciclo econômico: Bolívia, Paraguai e Peru. As expectativas melhoraram em seis países e são favoráveis na Argentina (166 pontos); Brasil (160 pontos); Peru (150 pontos); Paraguai (114 pontos); e Uruguai (110 pontos). Neste grupo, todos os IE registrados em outubro estão acima da média histórica de 10 anos.
A Sondagem de outubro também incluiu a enquete sobre os principais problemas que os países enfrentam para crescer. A novidade foi a introdução do item Corrupção no questionário. A tabela abaixo apresenta os temas que foram considerados relevantes pelos especialistas e ordenados pela sua importância (quando os especialistas atribuíram notas de avaliação iguais, a ordenação é repetida). No caso do Brasil, a principal questão foi a corrupção (8,4 pontos numa escala máxima de 9 pontos), seguida pelo déficit público (7,8 pontos) e o desemprego (7,7 pontos). Não foram considerados problemas as barreiras às exportações; dívida externa; falta de capital; e falta de mão obra qualificada.
A corrupção é o principal problema em seis dos 11 países selecionados. Na Venezuela, todos as questões foram consideradas relevantes. Em seguida, sete questões foram consideradas relevantes para Brasil e Argentina, seis para o Equador, cinco para Bolívia, México, Peru e Colômbia e três para Chile, Paraguai e Uruguai.
Para se manter o otimismo dos especialistas em relação ao Brasil e a Argentina ao longo do tempo, portanto, estes países deverão enfrentar uma agenda extensa de problemas na construção de um clima econômico sustentavelmente favorável ao crescimento econômico.

FMI avalia que economia do país está perto de sair da recessão
O Fundo Monetário Internacional (FMI) avalia que a economia brasileira dá sinais de que está perto de deixar o período de recessão, no entanto, as perspectivas dependem da aprovação de reformas fiscais pelo governo brasileiro. A conclusão está no relatório anual do FMI sobre o Brasil, divulgado nesta terça-feira.
De acordo com o fundo, a economia brasileira deve começar a se recuperar gradualmente a partir do segundo semestre deste ano com a aprovação de reformas. Para 2017, o FMI projeta crescimento de 0,5% para a economia e queda de -3,3% para 2016.
No relatório, o FMI também elogiou a intenção do governo brasileiro de limitar a despesa fiscal e de reformar o sistema de Previdência Social.
Para o fundo, há riscos internos para a perspectivas da economia, como a não aprovação das medidas, além de riscos externos, que levam em conta o crescimento lento das economias de países emergentes e baixa no preço das commodities de exportação.

Com informações da Agência Brasil

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