Exportação de café bateu recorde de US$ 9,23 bi em 2022

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Café na peneira (Foto: Marcelo Camargo/ABr)
Café na peneira (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

As exportações dos cafés do Brasil, no último ano de 2022, as quais foram realizadas para 122 países, atingiram receita cambial recorde de US$ 9,23 bilhões, montante que representou um incremento bastante expressivo na arrecadação de 46,9%, caso tal performance seja comparada com os US$ 6,28 bilhões contabilizados no ano anterior. Entretanto, em termos de volume físico, o país exportou o equivalente a 39,35 milhões de sacas de 60 kg, número que denotou uma ligeira queda de 3,1%, na comparação com o volume exportado em 2021.

Neste contexto, merece destaque o fato de que a espécie arabica foi, tradicionalmente, de forma absoluta, a mais exportada dos cafés do Brasil, em 2022, com vendas que somaram 34,07 milhões de sacas de 60kg aos países compradores, volume que equivale a 86,6% do total das exportações do país. Na segunda colocação, verifica-se que o café solúvel registrou em exportações o correspondente a 3,72 milhões de sacas, que equivalem a 9,5% do total vendido no mesmo ano. Na sequência, figura a espécie de Coffea canephora (robusta + conilon), com a exportação de 1,50 milhão de sacas (3,8%), e, adicionalmente, os cafés torrado e torrado e moído, com vendas que somaram 47,74 mil sacas de 60kg, que equivalem a apenas 0,1%, totalizando, assim, 100% das exportações realizadas em 2022.

Adicionalmente, também merece destacar o fato de o dólar comercial ter-se mantido acima de R$ 5 ao longo de quase todo o ano de 2022, objeto desta análise, bem como as cotações do café terem ficado em níveis satisfatórios nesse período, fatores conjugados que contribuíram diretamente para que o preço médio da saca de 60kg atingisse, em média, US$ 234,64, o qual foi o maior registrado nos últimos cinco anos, haja vista que tal cotação teve um incremento de 52% em relação ao ano anterior.

Já segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a primeira estimativa para a safra deste ano aponta para uma produção de 54,94 milhões de sacas de café beneficiado. Mesmo neste ano de bienalidade negativa, a previsão inicial sinaliza uma produção 7,9% superior à colhida em 2022, que fechou em 50,9 milhões de sacas.

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A área total destinada à cafeicultura no país em 2023, contabilizando as duas espécies mais cultivadas no país (arabica e conilon), totaliza 2,26 milhões de hectares, aumento de 0,8% sobre a área da safra anterior, com 1,9 milhão de hectares destinados às lavouras em produção e 355,5 mil hectares em formação.

Para o café arabica, as estimativas iniciais da Conab apontam para uma retomada de produção em Minas Gerais, principal estado cafeicultor do país, o que impacta positivamente sobre a perspectiva nacional, mesmo com os efeitos da bienalidade negativa sobre muitas das regiões produtoras. Quanto ao conilon, depois de uma safra recorde em 2022, a perspectiva para a temporada atual sinaliza uma certa redução no potencial produtivo, particularmente em razão de intercorrências climáticas registradas no Espírito Santo, principal estado produtor da espécie, o que impactou fortemente as lavouras em fases iniciais do ciclo.

Em outros estados, o boletim da Conab anuncia uma produção esperada em São Paulo de 4,72 milhões de sacas da espécie arabica, representando crescimento de 7,7% em comparação ao resultado obtido em 2022. Na Bahia, o crescimento previsto é de 0,6% na produção total, com 3,62 milhões de sacas em todo o estado, sendo 1,23 milhão de sacas de arabica e 2,39 milhões de sacas de conilon. Em Rondônia, a produção deve chegar em 2,94 milhões de sacas de conilon, acréscimo de 5,1% em comparação à safra passada. No Paraná, onde o cultivo é unicamente de café arabica, há previsão de crescimento de 47,2% na produtividade, com produção chegando a 733 mil sacas. No Rio de Janeiro, a produção estimada em 259,6 mil sacas de café arabica reflete redução de 11,8% em relação à safra passada. O estado de Goiás também sinaliza redução de 16% na produção, e deverá produzir 233,3 mil sacas de café em 2023. Já em Mato Grosso, a previsão é de crescimento de 2%, alcançando um volume de 232,5 mil sacas, resultado do início de produção dos cafezais clonais inseridos a partir de 2020.

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