Exportação do agro foi de US$ 13,48 bi em novembro

Balança comercial atinge o maior superávit na série histórica anual, segundo o Ibre

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Contêineres (foto: Markus Distelrath, Pixabay)
Contêineres (foto: Markus Distelrath, Pixabay)

As exportações brasileiras de produtos do agronegócio foram de US$ 13,48 bilhões em novembro de 2023, um valor US$ 1,33 bilhão superior na comparação com os US$ 12,15 bilhões exportados no mesmo mês de 2022. Com esse resultado, atingiu-se recorde de exportação para os meses de novembro, que correspondeu a 48,4% das exportações totais do Brasil.

O resultado de novembro, segundo indicam dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foi fortemente influenciado pela elevação do volume embarcado, que subiu 19,2%. Apesar da queda de 6,9% nos preços médios de exportação dos produtos do agronegócio brasileiro, impossibilitando o registro de um valor ainda mais expressivo nas exportações.

A safra recorde de grãos 2022/2023 possibilitou o aumento do volume exportado pelo Brasil. Neste ano de 2023, até novembro, o Brasil já exportou praticamente 180 milhões de toneladas diretas de grãos ou 56% da safra total, que foi de 319,97 milhões de toneladas.

Soja em grãos, açúcar de cana, farelo de soja e carne bovina são, para os analistas da SCRI, os produtos que mais contribuíram para o crescimento das exportações no mês.

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Destaque de novembro, as exportações de soja em grãos atingiram volume de 5,20 milhões de toneladas. Esta quantidade embarcada foi 105,8% superior ao exportado no mesmo período do ano passado. O setor é o maior responsável pelo crescimento das vendas externas do agronegócio.

As vendas externas de soja em grãos alcançaram US$ 2,73 bilhões em novembro de 2023, com alta de 76,0%.

As exportações de soja em grãos para a China cresceram 90,2% entre novembro de 2023 e o mesmo mês do ano passado. O país adquiriu 87,5% do volume total exportado pelo Brasil de soja em grãos em novembro de 2023.

O volume exportado de milho também foi recorde para os meses de novembro, atingindo 7,40 milhões de toneladas, um aumento de 25,7%. Por sua vez, a queda do preço médio de exportação do milho em 19,9% no período em análise impediu uma maior elevação do valor exportado, que foi de US$ 1,68 bilhão (0,7%).

Assim como para a soja, a China permanece sendo o principal mercado importador do milho brasileiro, com US$ 605,94 milhões ou 2,73 milhões de toneladas. O país asiático respondeu por 36,9% do volume exportado pelo Brasil do cereal.

O terceiro produto com desempenho favorável em novembro foi farelo de soja. As vendas externas de farelo de soja subiram de US$ 793,88 milhões em novembro de 2022 para US$ 916,65 milhões em 2023, alta de 15,5%. O aumento do valor se dá em função do incremento do volume exportado, que cresceu 23,7%. União Europeia, Indonésia e Coreia do Sul foram os maiores importadores do produto brasileiro.

Entre janeiro e novembro de 2023, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram o montante de US$ 153,08 bilhões, o que representou expansão de 3,6% em comparação aos US$ 147,70 bilhões exportados entre janeiro e novembro de 2022. Dessa forma, os produtos do agronegócio brasileiro representaram 49,3% das exportações brasileiras no período, 1,3 ponto percentual a mais do que a participação do agronegócio nas vendas externas entre janeiro e novembro de 2022.

Já a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (Abipla) defende uma maior convergência regulatória com os países vizinhos, como uma forma de alavancar a fabricação de químicos no Brasil, voltados à exportação, principalmente, no que diz respeito a saneantes, para a América Latina.

Segundo a entidade, em 2022, a indústria de saneantes sofreu uma queda de 5,7% no volume de produção, justamente, por conta da pressão de custos acumulada desde o início da pandemia. Em 2023, no entanto, o segmento se recuperou, com uma evolução de 5,8% até o mês de outubro. Apesar da melhora no ano, a Abipla “destaca que o setor ganharia muito mercado com medidas pontuais, como um maior alinhamento regulatório e comercial com os principais países da América Latina e com um universo tributário simplificado e com custo menor que o atual.”

“Hoje, as exportações da indústria de produtos de limpeza nacional estão abaixo de 0,5%. Nosso 3º maior mercado de exportação é a Bélgica. Essas duas informações nos dão duas premissas interessantes: nossos produtos estão em linha com as exigências regulatórias de países bastante exigentes, como os da Europa, e temos muitas oportunidades a serem aproveitadas internacionalmente”, avalia Paulo Engler, diretor-executivo da Abipla.

Segundo o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a variação do volume exportado na comparação mensal continua positiva e foi de 4,7%, enquanto o das importações repetiu a sua tendência de queda com recuo de 3,2%. A variação interanual mensal dos preços foi negativa ao longo do ano, exceto nos dois primeiros meses do ano para as exportações e para as importações, as exceções foram os meses de janeiro e março. Na comparação interanual do mês de novembros, os preços exportados recuaram 4,2% e os importados, 8,3%.

Na comparação do acumulado do ano até novembro, a variação em valor das exportações foi de 1,0%. Esse pequeno valor se explica pela queda de preços em 7,0% que compensou parte do aumento do volume em 8,7%. No caso das importações, o recuo em valor foi de 11,8%, explicado pela queda de preços (9,5%) e de volume, 2,4%.

O aumento das exportações está associado ao desempenho das commodities. Em volume, as exportações aumentaram 21,2% na comparação interanual do mês de novembro e recuaram em 5,8% para as exportações de não commodities. No acumulado do ano até novembro de 2023 em relação a igual período de 2022, a variação do volume exportado das commodities foi de 13,5% e das não commodities, uma queda de 1,7%. Os preços das commodities caem no acumulado do ano em 9,5% e das não commodities aumentam 0,5%. No mês de novembro, a variação em volume do complexo soja foi de 60,4% e do grupo de petróleo e derivados recuou 13,9%. No entanto, as exportações de petróleo e derivados (22,5%) seguida do complexo soja (21,8%) lideram a quantidade exportada no acumulado do ano até novembro. Todos os outros grupos registraram variação positiva, exceto carnes, com queda de 3,1%. Preços caem para todas as commodities, exceto outros agrícolas.

Os termos de troca continuam mantendo um comportamento estável e a variação entre os meses de novembro foi de 0,7%. No acumulado do ano até novembro, foi 2,8%, com uma variação negativa menor dos preços exportados (7,0%) do que o dos importados (9,5%).

A indústria agropecuária liderou o volume exportado no mês de novembro, com variação de 51,9% em relação a igual período de 2022. Como antes mencionado, as exportações do complexo soja aumentaram 60,4% entre os meses de novembro. Se considerarmos, porém somente a soja, o aumento da quantidade foi de 105,8%. A indústria extrativa elevou o volume exportado em 5,2% e o da transformação recuou em 6,1%. Na comparação do acumulado do ano, a agropecuária mantém a liderança com aumento de 25,0% seguida da extrativa, 18,8%, Os preços caem para todos os setores.

A variação no volume, preços e valor das importações em todos os setores foi negativa, seja na comparação mensal ou do acumulado do ano. As únicas exceções, mas com variações pequenas é o aumento de 1% para a indústria de transformação e de 0,7% para a extrativa no mês de novembro.

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