Exportações do agronegócio têm queda de 3,4% em julho

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As exportações do agronegócio somaram, em julho, US$ 9,2 bilhões (com queda de 3,4% em relação a julho/2018), enquanto as importações do setor foram de US$ 1,17 bilhão (-7,1%). Como resultado, o saldo da balança comercial alcançou quase US$ 8 bilhões. A principal causa da queda nas vendas externas do setor foi a retração nos preços das commodities exportadas pelo Brasil, principalmente, a soja em grão. De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a redução do valor exportado do grão foi o principal fator responsável pelo recuo das vendas externas do agronegócio em julho. As exportações totais do agronegócio caíram US$ 323 milhões e a queda da soja em grão foi de US$ 1,29 bilhão.

Os produtos de origem vegetal foram os que mais contribuíram para a retração nas vendas externas agropecuárias no mês. Particularmente o complexo soja, visto que houve redução de US$ 1,5 bilhão nas exportações brasileiras, comparado aos valores exportados em julho de 2018. As carnes também sofreram queda nas vendas (de US$ 1,54 bilhão em julho/2018 para US$ 1,46 bilhão em julho/2019). Apesar da retração, o complexo soja ocupou a primeira posição no ranking de setores exp/ortadores, com US$ 3,41 bilhões. As vendas do grão representaram 81,8% desse valor, somando US$ 2,79 bilhões. Assim como o grão, o farelo e o óleo apresentaram queda na quantidade embarcada e no preço médio de venda. Foram exportados US$ 538,82 milhões de farelo (-25,6%) e US$ 82,54 milhões de óleo de soja (-45,4%) no último mês.

Em seguida destaca-se o setor de carnes (US$ 1,46 bilhão). Houve queda em valor nas exportações de carne de frango (-6,3%) e carne bovina (-7,0%). A carne suína registrou crescimento de 24,7% em valor. No caso da carne de frango a queda resultou da menor quantidade embarcada, visto que o preço médio do produto exportado aumentou de US$ 1.539 em julho/ 2018 para US$ 1.734 por tonelada em julho/2019 (+12,6%). A carne bovina, por outro lado, registrou queda decorrente não apenas da redução de quantum (-2,1%), mas também de preço (-5,1%). A expansão nas vendas de carne suína resultou do aumento de 25% no preço médio do produto, que compensou a queda de 0,2% na quantidade exportada.

O setor de cereais, farinhas e preparações registrou exportações de US$ 1,17 bilhão no último mês. O milho, principal produto do setor, respondeu praticamente pela totalidade dessa cifra. Foram exportados US$ 1,13 bilhão, valor recorde mensal na série histórica. A quantidade embarcada também foi recorde, com 6,32 milhões de toneladas. As últimas vezes que as exportações mensais de milho alcançaram tal patamar foram em novembro de 2012 (US$ 1,07 bilhão e 3,9 milhões de toneladas) e dezembro de 2015 (US$ 1,04 bilhão e 6,27 milhões de toneladas). O Japão, principal destino do milho brasileiro no período, foi o país que mais contribuiu para o crescimento das vendas do setor, com mais de US$ 217 milhões em crescimento. A Coreia do Sul também se destacou em termos de contribuição para o crescimento, com quase US$ 119 milhões a mais em relação ao mesmo mês em 2018.

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Os produtos florestais ocuparam a quinta posição no ranking de principais setores exportadores do agronegócio brasileiro no mês, com US$ 998,70 milhões. A celulose representou 55,1% desse montante, com a cifra de US$ 550,35 milhões (-8,9%). Em seguida destacaram-se madeiras e suas obras (US$ 268,45 milhões) e papel (US$ 179,84 milhões). Esses dois produtos registraram crescimento em valor de 2,5% e 15,9%, respectivamente.

As exportações do complexo sucroalcooleiro somaram US$ 631,13 milhões em julho de 2019, praticamente o mesmo valor exportado no mesmo mês em 2018. As vendas de açúcar foram responsáveis por 85,5% desse montante, somando US$ 525,09 milhões. Também foram exportados US$ 103,67 milhões em álcool etílico, ou seja, 13,9% a mais do que o que foi vendido em 2018.

Em conjunto os cinco principais setores foram responsáveis por 83,7% das vendas externas do setor agropecuário brasileiro em julho/2019, com a cifra de US$ 7,68 bilhões. Em relação ao mesmo mês em 2018 houve redução da concentração da pauta exportadora, visto que os principais setores representavam quase 5 pontos percentuais a mais do total.

Em relação as importações, destacaram-se trigo (US$ 127,84 milhões); pescados (US$ 85,39 milhões); papel (US$ 83,11 milhões); malte (US$ 78,38 milhões); fibras e produtos têxteis (US$ 60,82 milhões) e álcool etílico (US$ 40,13 milhões).

 

Crescem exportações de calçados para os EUA

As exportações de calçados para os Estados Unidos estão em alta este ano. Entre janeiro e julho, conforme dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), foram embarcados para aquele mercado mais de 7 milhões de pares, que geraram quase US$ 120 milhões, incrementos de 33,3% em volume e de 40% em receita no comparativo com igual período do ano passado. Os bons números embalaram a participação de 13 marcas nacionais na mais recente edição da FN Platform, maior feira de calçados da América do Norte que aconteceu entre 12 e 14 de agosto, em Las Vegas.

O apoio da iniciativa foi do Brazilian Footwear, programa de fomento às exportações de calçados mantido pela Abicalçados em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). A analista de Promoção Comercial da Abicalçados, Ruisa Scheffel, que acompanhou a participação, destaca que as marcas saíram satisfeitas com negócios efetivados e alinhavados durante o evento, além de contatos que devem se refletir em vendas até o final de 2019.

Conforme relatório da entidade, foram comercializados mais de 100 mil pares nos três dias de eventos, 25% mais do que na edição do ano passado. A receita gerada, in loco, chega a mais de US$ 750 mil. Para os próximos meses, em negócios alinhavados, devem ser vendidos o equivalente a mais US$ 1,87 milhão, somando um total de mais de US$ 2,6 milhões em negócios gerados pela participação.

 

Abertas inscrições para PLPEX 2019

A Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE) convidam empresas brasileiras, prioritariamente do setor de alimentos e bebidas, a participar da Feira PLPEX 2019 Macao – Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa, que ocorrerá entre os dias 17 e 19 de outubro de 2019, na Cidade de Macau, na China.

A exposição de produtos e serviços dos Países de Língua Portuguesa na Feira foi instalada pela primeira vez em 2014. O objetivo da PLPEX é reforçar a função de Macau enquanto plataforma econômica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. A edição de 2019 dará continuidade à política de disponibilização de apoios especiais para delegações e expositores dos Países de Língua Portuguesa, em especial do setor de alimentos e bebidas, para que mais empresas façam uso de Macau como uma plataforma para a exploração de oportunidades de negócio.

A Feira contribui não só para a consolidação da região enquanto plataforma de apoio a empresas do exterior, mas também para o estabelecimento de novas vias de cooperação para os investidores de Macau interessados em explorar oportunidades no mercado internacional”, destaca o Diretor de Negócios da Apex-Brasil, Augusto Pestana. Informações: https://portal.apexbrasil.com.br/

Contato com o colunista: [email protected]

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